REVISÃO DE TEXTOS.

Reviso textos acadêmicos (t. c. c., monografias, dissertações, teses), contos, romances, para adaptá-los à norma culta da língua portuguesa.

Estudante, professor, mestrando, doutorando, jornalista, autor de prosa e verso ! Se pretende apresentar-se com textos corretos em pontuação, regência, preposições, tempos verbais, pronomes, ofereço-lhe serviços de revisão, de superior qualidade.

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REVISÃO DE TEXTOS ACADÊMICOS.

REVISO MONOGRAFIAS, TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO, DISSERTAÇÕES DE MESTRADO, TESES DOUTORAIS E TEXTOS EM GERAL, CONSOANTE À FORMA CULTA DO IDIOMA.

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Quem é “VIRMOND, A.”, nos livros de Gustavo Biscaia de Lacerda.

Quem é “VIRMOND, A.” nos livros de Gustavo Biscaia de Lacerda.

Arthur Virmond de Lacerda Neto.

Acha-se, disponível na rede, desde 2011, uma tese de doutoramento aprovada na Universidade Federal de Santa Catarina, intitulada (com mau gosto) “Momento comtiano”, relativa ao pensamento do Positivismo de Augusto Comte, em que o autor, Gustavo Biscaia de Lacerda,  menciona, no texto e na bibliografia, “VIRMOND, A.”.

A. Virmond sou eu, de nome completo Arthur Virmond de Lacerda Neto, que deveria haver sido mencionado da forma academicamente correta, ou seja, “LACERDA NETO, A. V. de”.

O já agora professor pós-doutor Gustavo é meu irmão germano (somos filhos dos mesmos pai e mãe) e, obviamente, conhece-me o nome completo e as regras acadêmicas de citação de autores, que seguiu corretamente em relação a todos os que cita, exceto no que me concerne. Sou o único autor cujo nome ele elidiu, parcialmente, para ocultar o meu segundo sobrenome, Lacerda, e evitar, com isto, que o leitor perceba o parentesco existente entre nós.

Escrevi dois livros que tratam especificamente do Positivismo e outro em que há capítulos sobre ele, a saber: “A república positivista. Teoria e ação no pensamento político de Augusto Comte”, que o autor menciona na sua tese e no seu livro “Laicidade”; “A desinformação anti-Positivista no Brasil”, que Gustavo menciona no seu livro “Laicidade”; “Provocações”, com capítulos acerca do Positivismo, que Gustavo não menciona na sua tese nem em “Laicidade”.

A bibliografia da sua tese omite “A desinformação anti-Positivista no Brasil” e “Provocações”, que ele deveria haver, no mínimo, consultado; se não o fez, deixou de recorrer a livros de que dispunha, quanto mais não fosse porque lhe dei, pessoalmente, um exemplar de “A desinformação anti-positivista no Brasil” que publiquei no mesmo volume em que publiquei a “Pequena história da desinformação”, de Vladimir Volkoff: trata-se de dois livros em um só tomo, de que ele menciona o segundo, na bibliografia.  A quem consultou o de Volkoff é materialmente impossível ignorar a existência de “A desinformação anti-positivista no Brasil”. Na sua tese, ele o ignorou adrede: fingiu desconhecê-lo.

A menção errada do meu nome e a omissão de dois dos meus livros constituem falhas imperdoáveis. Não foram casuais; ao contrário, foram intencionais, no intuito de ocultar o meu nome e parte da minha obra. A atitude do autor da tese constitui falha acadêmica, pelo que ela não poderia, jamais, haver sido aprovada com louvor, como o foi: ao contrário, sem louvor, e com censura pela atitude mesquinha de que ela serviu de instrumento, como veículo de ódio de família que, no seu autor, sobrepujou e ainda sobrepuja a correção acadêmica.

Após a disposição da tese, na rede de computadores, dirigi-me, privadamente e por escrito, a Gustavo. Protestei contra a mutilação do meu nome; em resposta, recebi subterfúgios cínicos. Quando lhe esfreguei na cara a regra da Abnt, concernente à citação dos nomes dos autores, ele calou-se.

Em 2016, Gustavo publicou  “Laicidade na I República Brasileira” (Curitiba, Appris Editora), em cuja página 162 insiste na aleivosia de identificar-me com o meu nome mutilado, a saber, “VIRMOND, A.”.

O professor pós-doutor Gustavo Biscaia de Lacerda odeia-me ferozmente há, pelo menos, dez anos; recusava-me, com ódio velado, há cerca de vinte, suspeito de que por homofobia internada (“internalizada”).

Em 2016, ele persiste, se não no seu ódio, certamente sim no procedimento soez de ocultar-me a identificação por nome completo e o nosso parentesco, com evidente infração da correção acadêmica (porquanto “Laicidade” foi-lhe texto de pós-doutorado) e da probidade com que menciona as suas fontes, ao menos em relação ao que me toca.

No seu blogue “Filosofia social e Positivismo”, o pós-doutor Gustavo mantém as ligações de vários sítios eletrônicos de interesse positivista, porém não o do meu “Positivismo de Augusto Comte” (https://positivismodeacomte.wordpress.com/).

Cada um julgue do valor moral e da lisura acadêmica com que o professor pós-doutor Gustavo Biscaia de Lacerda me vota ódio e com que elide ao público, nas suas obras, a minha identificação. Ele sonega aos seus leitores informação que lhe era acadêmica e intelectualmente obrigatório propiciar-lhes; ele desinforma-os.

Cada um julgue se ele procedeu com probidade acadêmica e lisura intelectual ou se atuou com inegável desonestidade acadêmica e intelectual.

Pergunto: há probidade ou improbidade em sonegar, deliberadamente, em parte, o nome de autor que cita em nota de rodapé e na bibliografia, em tese de doutorado e em texto de pós-doutorado, acessíveis ao público, nome que ele obviamente conhece, por inteiro? ? Representa reincidência de improbidade persistir na mutilação do meu nome (em livro de 2016), a despeito do meu protesto, em 2011, e ainda que eu não houvesse protestado ? ? Ou ele foi probo, honesto, correto, moral acadêmica e intelectualmente, ao mutilar o meu nome, cujo enunciado obviamente conhece e cuja enunciação como “LACERDA NETO. A. V. de” era-lhe imperiosa, academicamente  e por lisura intelectual ? ?

Não se trata, da minha parte, de mera vaidade ferida por descuido do pós-doutor. Academicamente, a menção correta dos autores é forçosa: o pós-doutor jamais incorreria em tal desatenção de boa-fé.

Não se trata de questão de somenos, de meros sobrenomes, de picuinha de autor enfatuado: trata-se do intencional, deliberado, consciente obscurecimento da minha pessoa, da vinculação dela aos meus livros e do parentesco existente entre mim e Gustavo. Como “VIRMOND, A.”, não sou eu; não sou o autor dos meus livros e não sou irmão de Gustavo. Eu sou eu, bibliograficamente, como “LACERDA NETO, A. V. de”: desta forma, academicamente correta, o meu nome corresponde-me à pessoa; somente ela identifica-me, realmente, como autor dos meus livros; por ela, nota-se a coincidência de sobrenomes entre mim e o pós-doutor, o que, por sua vez, suscita, no mínimo, suspeita de parentesco entre ambos.

Identificado pela forma como o pós-doutor o fez, é como se eu não fosse eu: “VIRMOND, A.” não é ninguém.  Para o leitor desavisado,  “LACERDA NETO, A. V.  de” e “VIRMOND, A.” são duas pessoas, de que a segunda nenhum parentesco guarda com ele; no meio acadêmico, é indesculpável tal infração das regras da Abnt.

É evidente que qualquer leitor, ao se lhe deparar o nome Arthur Virmond de Lacerda Neto, percebe a coincidência com o Lacerda de Gustavo Biscaia de Lacerda: é esta percepção que o pós-doutor elide, capciosamente. Ele almeja evitar que os seus leitores percebam haver outro Lacerda, autor de livros sobre o Positivismo, e anteriores aos dele; deseja evitar a pergunta, no espírito do leitor: “Qual é o parentesco entre ambos?” e a resposta: “São irmãos germanos”.

Ele, que pontifica graças ao Positivismo, talvez insuporte, intimamente, dever-me a mim havê-lo conhecido. Talvez também me inveje, do que suspeito há cerca de vinte anos. Creio que me odeia por homofobia internada (“internalizada”).

Em 2018, o doutor Gustavo ejaculou novo livro, intitulado Comtianas brasileiras, em que persiste na desonestidade em causa (p. 288). Redigido em estilo amiúde prolixo, com vício do duplo sujeito, galicismos e outros defeitos, disse (p. 275): Ter diploma universitário, doutorado e ser professor não são garantias de conhecimento nem de integridade intelectual”. Confirmo-lhe as palavras, em relação a si próprio, na parte da “integridade intelectual” e de “VIRMOND, A.”. Melhor do que disse o doutor Gustavo, não o diria eu.

 

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Artigos sobre nudez natural, não erótica.

Os meus artigos, ilustrados com fotografias, em favor da nudez natural e pelo fim do pudor:

Nudez e vergonha do corpo: aqui. (É o campeão de acessos.).

A favor da nudez: aqui.

Nu na rua. Código Penal arcaico: aqui. (Em que demonstro que, no Brasil, NÃO É PROIBIDO ANDAR NU NA RUA.).

       Minha carta ao comandante da Brigada Militar do RS, em 2015: Carta Brigada Militar.

As mamas as vento (“topless”) em público NÃO constituem crime de ato obsceno. Onde o homem pode expor o tórax, a mulher pode fazer o mesmo, decidiu o TJ de SP: aqui.

O  nudismo é filosofia de vida, dotado de ética e de valores: Etica do corpo livre PDF

Abricó, praia nudista: aqui.

Mamas ao vento e pênis à mostra: aqui.

A nudez é inocente: aqui.

Chispada: aqui.

                        Nudez perante crianças: Nudez perante crianças. PDF.

Teologia da nudez (em que examino a nudez, o “pecado original”, a nudez de 3 profetas e a atitude de Cristo em relação à nudez,  simpaticamente à nudez). (A minha condição de ateu e de jamais cristão não é contraditória com a minha teologia da nudez, que não pressupõe nem ser cristão nem crente em Jeová. Ela demonstra o quão parcial o cristianismo ortodoxo é, quanto à nudez e ao corpo e que é possível hermenêutica alternativa). Em 3 partes, ilustradas:

Primeira parte, na edição 175. Definição de nudismo; deus quis a nudez; o pecado original não foi erótico: aqui.

Segunda parte, na edição 176. O pecado original foi de desobediência; pecado é recusar a obra divina; Isaías, Miquéias e Saul nus; a nudez em Cristo; opiniões de autoridades cristãs em prol da nudez: aqui.

Terceira parte, na edição 177. Origem histórica, persa e cristã, da gimnofobia e do pudor: aqui.

Envergonhar-se do corpo é obrigatório? Divertido sermão nudista. aqui.

Homens que, nos vestiários de academias, entram no chuveiro de cueca e deles se restiram de cueca. Pudor ridículo (parece convento) de curitibanos e não só: aqui.

Minha carta à ministra dos Direitos Humanos, em prol do nudismo, do monoquini e da revogação do artigo 233 do Código Penal: carta-a-ministra-dos-direitos-humanos.

Os fotógrafos e as fotografias de nus em público. Trecho de epístola ao comandante da PM de SP:aqui.

No Jornal Olho Nu há artigos meus nos números 159, 165, 166,168,169, 175, 170 (duas vezes), 175, 176, 177, 178, 180, 182, 260.

Ética do corpo livre: aqui.

Jornal Olho Nu, 178, de setembro de 2015: análise do livro “O nu ao ar livre” aqui.

 João Ramalho, o primeiro nudista do Brasil, no século 15, no jornal Olho Nu, de fevereiro de 2019: aqui; o mesmo texto, acompanhado das fontes, em PDF: João Ramalho.

A arte, no Brasil, ainda é gimnofóbica. O brasileiro não representa o nu, notadamente masculino, ao passo que na Grécia e em Roma antigas, nos E.U.A. e na Europa atuais, o nu masculino é comuníssimo. Vide aqui coleção abundantíssima de nus masculinos, demonstração do quanto o brasileiro ainda é preconceituoso e caretíssimo. Vide aqui outro sítio de pintura de nus na arte (masculinos e femininos). O art. 233 do Código Penal pune fazer, ter, adquirir desenho, pintura, estampa obsceno. A arte com nu é obscena ? Está na hora de revogarem-se os artigos 233 e 234 do Código Penal.

                 Minha página no Tumblr: mostruário de nudez natural e artística:aqui. (https://arthurvirmonddelacerdaneto.tumblr.com/).

Vide aqui repertório de lindíssimas fotografias de  nus masculinos.

                Nudismo na Alemanha, nos anos 1920, com escola nudista e não só. Relato de R. Salardenne, no seu livro “Um mês entre os nudistas”: Um mês entre os nudistas.

O Cristo, nu, de chocolate: O Cristo nu, de chocolate.O cristo nu, de chocolate.

Filmagem de nu no metrô de Berlim aqui.

Por que, nas piscinas, os nadadores devem usar tanguinhas minúsculas? Nos E.U.A. , antes da caretização religiosa, nadavam nus. Veja aqui.

Fotografias de  nudez natural, em público, na Europa, aqui.

Em décadas transactas, foi preciso os homem baterem-se pela exposição dos seus mamilos: Campanha pelos mamilos à mostra.

Sítio de fotografias de pinturas, desenhos e esculturas de nudez frontal masculina aqui.

Cinema nudista: aqui.

Vídeo. Visita do casal aos amigos nudistas. Para “melhorar o seu inglês”: aqui.

Pudor nos EE. UU. AA. e liberdade de nudez na Europa. Curtíssima metragem: aqui.

Resenha de “Pureza”, de Nelci Pereira de Sousa, livro adamita (nudismo cristão), de conteúdo altamente humanista e ótimo: aqui.

Projeto fotográfico brasileiro, de Hugo Godinho aqui.

Desenhos brasileiros de nus, de Fábio Lopes aqui.

Projeto fotográfico de Hugo Carmesin. Adesões à publicação do livro “Nu Cenário” aqui.

Snaps fanzine, revista de nudez masculina natural: aqui.

Viva Calígula, repertório de fotografias de nudez não erótica: aqui.

Reportagem sobre revistas de nudez natural, brasileiras: aqui.

“Eu escolhi você”, de Clarice Falcão, com imagens de nudez natural (no Vímeo):   https://vimeo.com/196792830.  Minha análise do clipe :eu-escolhi-voce-de-clarice-falcao-pdf

Testemunho de Adriano Facioli, acerca da sua experiência nudista: adriano-facioli-testemunho.

Filme de Antonio da Silva, “Poesia no pênis”: aqui.

“Le banquet d`Auteil”: dramaturgia com nudez. Vide a partir do quadragésimo nono minuto: aqui.

          Quatro desenhos nudistas, de Henrique de Macedo Airoso da Silva, publicados pelo jornal Olho Nu (edição de número 200, de julho de 2017): aqui.

Genealogia da obscenidade (vídeo de Diego Fernandes), no Youtube: aqui.

Anedota nudista, de pseudo-duque de Richelieu e do nudismo na Geórgia, narrada por John dos Passos: Duque de Richelieu nudista

Há fotografias de nudez natural na Europa e EE.UU.AA, inclusivamente das escolas nudistas.

Se gostou da idéia, divulgue-a. A idéia é a de erradicar a vergonha do corpo, a de que há partes inerentemente obscenas (pênis, mamas, nádegas) no corpo, que devem ser ocultadas. A idéia é a de que todas as partes do corpo são dignas e apresentáveis e que não faz sentido o pudor como vergonha do corpo. A idéia é a de que a nudez natural é diferente de nudez sexual e de que a malícia está no pensamento do malicioso.

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Curitibanos-curitibocas.

Neste blogue, abaixo, “O curitibóca” (descrição e julgamento do próprio); “Cura-curitibóca” (terapia em sete lições) e “Bestiário do curitibóca ou exemplos da babaquice”.

Leia descrição do comportamento dos curitibanos-curitibocas: O curitibóca

Leia o Cura-curitibóca em oito lições aqui: Cura-curitiboca. Se você é curitibano, sugiro-lhe que leia, por primeiro, a oitava lição.

Leia o “Bestiário do curitibócaou exemplos da babaquice”: Bestiário do curitiboca ou Exemplos da babaquice

Leia análises de outros autores, de Curitiba e forasteiros, sobre o etos e o patos do curitibano: O curitiboca. Alguns testemunhos.

 

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Por que as mulheres brasileiras não ousam destapar o bico de suas mamas ?

Por que as mulheres brasileiras não ousam destapar o bico de suas mamas ? 7.3.2024.

A estranha inibição do monoquíni, nas mulheres brasílicas.  

Não há, no Brasil, nenhum movimento de opinião nem de atitudes pró-liberdade de as mulheres exporem suas mamas em público, o que não é forçosamente feminismo, porém espírito de livridão (liberdade); é liberdade a que raras aspiram, isto é, a grande maioria conforma-se com a opinião masculina de que as mamas devem ser ocultadas em público.

Enquanto os homens podem expor seus mamilos em público, as mulheres são jungidas, pela mentalidade masculina, a ocultarem suas mamas, com os mais variados e tolos pretextos, como:

* devemos respeitar a figura materna, como se houvesse algum desrespeito para com as mães, se desvelassem os bicos de suas mamas;

* as mamas são como que segredos que só se desvela na intimidade, o que é pura infantilidade.

Há ciúme dos maridos, que julgam que os outros machos desejar-lhes-iam as mulheres, o que também é bobagem, como se suas mulheres fossem apetecibilíssimas e como se as mamas delas fossem erotissíssimas. Oh, maridos ingênuos e vaidosos e inseguros !

Tais motivos são deduzidos por >> homens <<; são racionalizações, são inventados para justificar o que é tolo e sem razão de ser.

As mulheres, que deveriam ser as interessadas natas neste capítulo, nele não têm voz, possivelmente porque a não querem ter : elas submetem-se e calam-se.

Há alguns anos, mulher foi detida pela polícia por andar de mamas ao vento em praia brasileira ; o delegado respectivo declarou não ser crime exporem-se as mamas. O delegado declarou : não é crime.

Já em 2015 o Tribunal de Justiça de SP decidiu que onde o homem pode expor seus mamilos, a mulher pode expor suas mamas.

Contudo, estranhamente, as mulheres sujeitam-se ao espírito de rotina, ao machismo, e rarissimamente ousam destapar suas mamas, até nas classes médias e altas, geralmente laicas, isto é, alheias aos ditames religiosos, presentes nas outras.

Por andarem ocultadas, as primeiras que se expuserem chamarão a atenção, porém no começo, apenas ; depois, não mais : as pessoas já as terão visto, e o que já se viu asinha (depressa) perde a graça.

Chama-me a atenção o desinteresse das mulheres brasileiras (até das solteiras, que não devem temer o ciúme de seus machos) pela livridão (liberdade) de exporem as mamas nas praias. Elas são submissas e conservadoras.

Na generalidade das praias europeias, as mulheres andam de mamas ao vento, e ninguém lhes liga.

As mulheres brasílicas são das mais recatadas do Universo.

“Topless” é má palavra, que podemos evitar e substituir por monoquini ; é bela expressão “mamas ao vento”.

“A parte de cima” chama-se estrófio. Estrófio. Estrófio.

Publicações deste teor não são compartilhadas por homens nem por mulheres, outro sinal do machismo dos primeiros e da submissão das segundas.

Pode ser arte de 2 pessoas

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FUXICOS E BOATOS.

FUXICOS E BOATOS.

Ditos que se escuta em conversações alheias; fragmentos de diálogos que alguém, nas proximidades, escuta de terceiros, sobre sujeitos pessoais, de serviço, financeiros, políticos, amorosos e de outras espécies; especulações que se faz do que é da conta alheia (familiares, vizinhos, colegas de serviço ou de escola), são suscetíveis de originar boatos: as informações correm de boca em boca, com malícia ou sem ela, com interpretações ou sem elas, com exageros ou sem eles, fiel ou infielmente. O pequeno avoluma-se, o simples complica-se, o ingênuo torna-se em maldoso, o que começa com dado teor modifica-se ao longo dos comentários e dos fofoqueiros.

Qualquer palavra, qualquer dito, qualquer adjetivo ou verbo sujeita-se a ser tomado como indício de situações, estados anímicos, intenções, decisões (e não somente), e como matéria de especulações.

Eis porque o silêncio, a abstenção, o nada dizer é sempre seguro: com eles fazemos do assunto não assunto para outrem, pelo menos na medida em que podemos contribuir para que se não ventile o assunto: somos senhores do que calamos e escravos do que falamos e do que terceiros falam do que falamos.

O que desejamos dizer a outrem e poupar de que chegue ao conhecimento acidental de terceiros, dizemo-lo particular, insuladamente, a sós.

Diz que as paredes têm ouvidos: e os fuxiqueiros têm boca e os ingênuos, ouvidos.

Segredo, há de ser de um só: que seu detentor não o partilhe com ninguém.

Silêncio vale ouro.

O sábio cala, o tolo fala.

Calado sempre tem razão.

Octogésimo aforismo de Gracián, em “Arte da prudência”: “Cautela ao informar-se. Vive-se mais do que se escuta do que do que vemos. Vivemos da fé alheia. O ouvido é a segunda porta da verdade e a principal da mentira. De ordinário, a verdade vê-se e excepcionalmente ouve-se. Raras vezes chega em seu puro elemento e menos quando vem de longe: sempre traz algo de mistura dos ânimos por que passou. A paixão tinge com suas cores tudo em que toca, contra ou a favor. Inclina-se sempre a impressionar: há que se ter muito cuidado com quem elogia, maior com quem critica. É necessária muita atenção nesse ponto para descobrir a intenção do intermediário, conhecendo de antemão de que pé coxeia. A cautela deve ser contrapeso do defeituoso e do falso.”

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CARA : PALAVRA DE GOSTO DUVIDOSO.

CARA : PALAVRA DE GOSTO DUVIDOSO.

Cara é vocativo e apelativo:

— Cara, estou a falar-te.

— Aquele cara é paciente do dr. fuão.

Isto de “cara” é brasileirismo corrente e moente há décadas. É plebeísmo a que muitos afizeram-se : copiosa gente, notadamente varões, chama cara a outrem e refere-se assim a terceiros; é-lhes normal, trivial e aceitável; tratam e são assim tratados. Não há mal intrínseco nesse tipo de tratamento, como tampouco em mano, meu, mina, mulher: eles servem em dados ambientes, entre dados interlocutores, que se sentem à vontade com eles.

Ao mesmo tempo, são vulgares, um tanto grosseiros, menos educados e suscetíveis de caírem mal, se aplicados fora dos ambientes em que são aceitáveis.

Não me está em questão a liberdade de a gente [a gente = as pessoas] valer-se desse vocabulário, e sim o grau de bom gosto, de polidez, de elevação neles ausente e, “a contrario”, o de rudeza, de vulgaridade, neles presente, bem assim a inconveniência de ser empregado para com interlocutores e em meios em que cai mal, em que é impróprio.

Muitas moças tratam-se por “cara”, sinal de que os costumes de tratamento avançaram em rudeza, não em polidez e em elevação.

Já varões, já varoas, poderiam ser melhores em sua forma de tratamento e é também pela forma como tratamos a outrem que nos revelamos, e como, e quanto !

Note bem : para muitos, que se exprimem à plebeia, cara quadra-lhes à informalidade, bem assim ao gosto ou falta dele, e à falta de elevação em seu linguajar.

Podemos nos exprimir melhormente, ter bom gosto e evitar tal voz. Há alternativas a cara, de que é elegante e sempre cai bem tratar pelo nome; também por amigo ou colega.

Objeções previsíveis:

— A gente não tem que sê formal prá todo mundo.

— A gente fala do jeito adequado prá cada ambiente.

— Ah ! entre a gente a gente fala assim que é o jeito da gente se entendê e tá tudo bem prá gente.

Concordo. E para toda a gente e em todos ambientes podemos ser mais elevados, em lugar de menos, mais educados, em lugar de menos; termos bom gosto invés de gosto duvidoso. Elevação de linguagem cai bem a todos.

Exemplo de mau uso de cara: em relação profissional, sujeito que me não conhecia, que jamais me entrara em contacto, mandou-me gravação, com intróito informal demais: “Oi, Arthur, beleza cara ? Tudo beleza, então cara […]”.

A mim me pareceu péssimo ; outros acharão lindo.

Outra: professor universitário, doutor, com quem eu desejava falar, disse à sua secretária:

— Chama o cara que quer falar comigo. Para mim, “cara” é ele, mal-educado e grosseirão

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O OURO DO BRASIL.

O ouro do Brasil.

Do ouro, prata e diamantes prospectado em solo brasileiro, a totalidade pertencia à coroa, ao Estado, que abandonava 80% ao pesquisador e cobrava-lhe 20%, os quintos reais.

Os pesquisadores sonegaram 2/3, ou seja, 14%; entregaram, de fato, 7%. Portugal recebeu 7% do ouro do Brasil, de que metade apenas ingressou em Portugal; a outra metade foi embolsada pela Inglaterra.

Portugal embolsou, de fato, 3,5% do ouro do Brasil, que não lhe pertencia, e sim a Portugal, pois o Brasil era território português, ultramarino, era Portugal, e não país independente.

Atendendo a reivindicações populares, em 1730, o rei baixou, temporariamente, os 20%, para 12%.

Para mais da cobrança dos quintos, havia impostos. Para ater-me a Minas Gerais, de 1700 a 1800, nenhum imposto foi cobrado ser prévia discussão e aceitação das câmaras.

No mesmo período, na França, o Estado embolsava 50% da renda do burguês, do operário e do camponês; apesar do volume do embolso, a coroa portuguesa aplicava no Brasil mais do que a coroa francesa aplicava no seu próprio território.

Por “ouro do Brasil” deve-se entender ouro existente no território então pertencente a Portugal e não ao que posteriormente se tornou no país autônomo daquele nome. É grosseira na sua linguagem e falsa a todos os títulos a acusação de que “Portugal roubou o ouro do Brasil”. Houvesse se apropriado de 100%, era ouro que lhe pertencia e ao Brasil que, como soberania proprietária do ouro, somente surgiu em 1822. Portugal não “roubou” o ouro brasileiro porque lhe era o legítimo dono.

Criação de riqueza no Brasil.

Outra pérola de mitologia deve-se, também, a Eduardo Bueno:

Não restam dúvidas de que, desde o momento de seu desembarque, tanto os donatários quanto seus colonos visavam ao lucro imediato. O principal – e quase único- objetivo da maioria era [o de] enriquecer o mais rápida e facilmente possível e retornar para Portugal. Nesse sentido, os homens que os donatários trouxeram para ocupar suas terras não eram “colonos” no sentido literal da palavra: eram conquistadores dispostos a saquear as riquezas da terra – especialmente as minerais. (Capitães do Brasil, p. 13).

Assim: 1- os donatários e os colonos visavam ao lucro imediato, 2- o seu objetivo precípuo era o de enricar e regressar a Portugal, 3- eram conquistadores, 4- empenhados em auferir as riquezas locais, máxime o ouro, a prata e os diamantes.

Neste parágrafo acumulam-se fantasias literárias que o próprio texto de pesquisa histórica que lhe segue não confirma; elas candidamente exprimem idéias de senso-comum que não resultam da averiguações do próprio autor. Surpreende que, exato e honesto na sua descrição factual, Eduardo Bueno haja sido imaginoso na sua análise sociológica.

Ao contrário do que Bueno assere, “restam dúvidas” de que os donatários e os seus acólitos visavam ao lucro imediato, de que o seu principal ou quase exclusivo fosse o de enricar e regressar tão logo quão possível a Portugal. Restam todas as dúvidas de que os adventícios portugueses fossem conquistadores dispostos a saquear as riquezas da terra.

No seu tom e na sua elocução, trata-se de frase de efeito, bombástica, preconceituosa e vazia de verdade. Para suscitar um mínimo de dúvidas, transcrevo Gilberto Freyre: No Brasil, os portugueses substituíram a exploração da riqueza local pela criação de riqueza no local. (apud A Colonização Portuguesa no Brasil, p. 84).

Também Franklin de Oliveira propalou o mito que Bueno transmitiu. Redigiu bombástico prefácio a A América Latina, de Manoel Bomfim (editora Topbooks, 1993), eivado de frases de efeito e de declamações em que amesquinhou a colonização portuguesa pela insistência nos chavões lusófobos. A propósito dos engenhos de cana de açúcar, sentenciou que o seu proprietário era um simples feitor; o seu objetivo era enriquecer no Brasil e, ricaço, retornar a Portugal (obra citada, p. 21).

Que falsidade !!! exclamam José Verdasca e Antonio Netto Guerreiro, a propósito (A Colonização Portuguesa no Brasil, p. 27). E prosseguem:

Afirmação completamente destituída de fundamento, contrária da realidade, ofensiva e irresponsável, feita por ignorância ou talvez má fé, ela não revela ao leitor que o “proprietário dos engenhos” era o Capitão Donatário (ou um ilustre rico-homem com fortuna e provas dadas) que, escolhido entre os mais ricos nobres portugueses, se desfazia de sua avultada fortuna para, em Portugal, embarcar para o Brasil, em naus fretadas e ou adquiridas, materiais e colonos, que desbravassem o sertão, plantassem as mudas de cana, edificassem e implantassem casas e engenhos, e criassem todas as condições necessárias e suficientes ao fabrico e transporte da cana e do açúcar, ou seja, primeiro havia que criar a riqueza no local, mediante vultuosos investimentos, grandes riscos e sobre-humanos sacrifícios. Por aqui vemos que apenas homens ricos, tinham condições de trazer para o Brasil pessoas e bens, mudas e animais, desmatar a selva e plantar as mudas de cana, implantar os engenhos e produzir o açúcar, investindo muito para, passados dois a três anos, poder auferir os rendimentos do capital e do trabalho” (idem).

Escreveu Koebel: “A certos aspectos, talvez, nenhuma nação haja colonisado com tanto enthusiasmo como Portugal. Uma vez estabelecidos no paiz, os seus pioneiros nunca encaravam a nova conquista como um lugar para residencia transitoria” (apudManoel Bomfim, O Brazil na America, 1929, p. 406).

Bomfim, acrescenta, contudo, ressalva: De facto, era assim, nos primeiros tempos do Brazil, até xque aqui se constituiu, pela lavoura, uma riqueza propria, capaz de ser explorada pelos mercantis. Depois, no tempo de Fr. Vicente, já os reinóes eram mais transitorios do que definitivos. Pouco importa: a necessidade de cultivar a terra para ter riqueza fez o essencial, e deu à colonização primeira do Brazil o caracter que mais lhe convinha; e é isto o essencial na verificação que nos interessa. (idem, p. 406). Prossegue, linhas adiante: […] os colonos portuguezes iniciaram uma sociedade estavel, agricola, vinculada ao sólo, orientada immediatamente a fazer do paiz uma patria […] (idem, p. 407).

O português foi por toda a parte, mas sobretudo no Brasil, esplendidamente criador nos seus esforços de colonização”. (Gilberto Freyre, O mundo que o português criou, É realizações, 2010, p. 25.).

Carlos Lisboa Mendonça: Acrescentemos, ainda, ao contrário do que muitas vezes ouvimos dizer, que o Brasil foi colonizado por material humano de boa qualidade; o melhor que naquela época existia em Portugal. Os líderes eram homens que já haviam demonstrado seu valor na India e pertenciam à camada mais representativa da vida política e social portuguesa […]. Os colonos eram pessoas cuidadosamente escolhidas, com quem os Capitães pudessem contar nos momentos de dificuldade […]. (500 anos do descobrimento, editora Destaque, 2000, p. 242).

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EMPREGO VICIOSO DE ORDEM, COM FIGURA DE AUTORIZAÇÃO.

EMPREGO VICIOSO DE ORDEM, COM FIGURA DE AUTORIZAÇÃO.     10.2.2024.

     Mandamentos, ordens, injunções, hão de ter forma imperativa: quem manda, manda; quem ordena, ordena; quem determina, determina: todos impõem (não está em causa o tom com que o fazem, a aparência autoritária ou não da imposição).

     Quem autoriza, concede liberdade ao autorizado, permite-lhe fazer ou abster-se, a seu talante: o autorizado poderá proceder como se lhe autoriza. Poderá é expressivo per se: quem pode fazer, não está obrigado a fazer: se quiser fazer, fá-lo-á, se não, não o fará.

     Usa-se erroneamente o verbo poder, como verbo auxiliar, acolitado de outro verbo, indicador da ação, fórmula que toma figura de autorização, embora com fundo de imposição: pode abrir a janela para exprimir-se abra a janela.

     Semelhante uso indevido e abusivo do verbo poder, já amiudado, tornou-o equívoco em alguns lugares, em que se não sabe exatamente se significa permissão ou determinação. Em, verbi gratia: Pode remeter a caixa, não se discernirá se se quis dizer remeta a caixa, se o quiser fazer ou remeta a caixa (porque o quero eu).

     Na relação hierárquica, entre superior e subalterno (chefe e empregado, militares comandante e comandado, pais e filhos, comitente e procurador) a injunção expendida com elocução de licença, isto é, a imposição com figura de autorização, vale dizer, o fundo correto com forma errada, é suscetível de incumprimento escusável.

     Imagine-se que o chefe disponha: Pode trazer-me os carretéis. Ele não disse: Traga-me os carretéis. Desta arte,  poderá ser lidimamente interpretado como: Traga-me os carretéis se mos quiser trazer, não mos traga se não mos quiser trazer.

     Descumprida a ordem, sê-lo-á por exegese de todo escusável do subalterno, que a terá entendido tal como ela foi expendida, isto é, defeituosamente. Terá errado o emitente da ordem, não o subalterno supositiciamente relapso.

     Em contextos laborais e hierárquicos é de mister clareza e rigor no que se diz; nos sociais, eles são desejáveis e aconselháveis: modo de sermos claros e rigorosos é enunciar determinações com figura de determinações e licenças com figuras de licenças, jamais formularmos determinações com figura de autorização.

     Quem autoriza, concede poder ao autorizado; quem determina, exerce poder seu exclusivamente.

Se tenciona dizer: Abra a caixa, diga exatamente isso; não diga: Pode abrir a caixa. É muito simples, preciso e rigoroso.

     Considerem-se os equívocos em:

     — Pode pagar o que me deve.

     — Podes comer pívia de porta aberta. [Comer pívia: fórmula do século XVIII para o atual bater punheta].

    

    

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O NOTÁVEL VERBO ALINHAR.

ALINHAR.

O verbo alinhar, tal como de presente vem correndo no Brasil, apresenta dous aspectos lingüisticamente interessantes:

1) Usam-no na acepção de concertar, ou seja, fazer concerto (pacto, aliança, ajuste) de partes, fazer algo com concerto dos envolvidos: reunião de alinhamento, alinhar o funcionamento do serviço (reunião de concertação/combinação, combinar/concertar o funcionamento do serviço).

Neste sentido, é corrente em Portugal a fórmula concertação social (entendimento dos decisores dos assuntos sociais, como governantes, políticos, sindicatos, associações profissionais). Equivale a alinhamento social.

No sentido de concertar usava-se já em fins do século XVI e inícios do seguinte, como neste lugar: “[…] juntamos soldados, trouxemos socorro, e alinhávamos todo o processo do cerco […]”, da lavra de Fernão Rodriguez Lobo Soropita, autor quinhentista (em: Selecta clássica, de João Ribeiro, p. 180).

Em tal acepção figura no Dicionário de Morais, de 1789: alinhar = concertar (concertar = fazer com concerto de partes alguma coisa. Concerto = pacto, aliança, ajuste), mas não figura no dicionário Aulete, de 1958, com sentido de concertar, tampouco em dicionários mais recentes (como Aurélio): o significado do século XVIII desapareceu por dilatado lapso e, subitamente, reviveu nos anos 2023 e 2024.

Eis, portanto, caso de arcaísmo quinhentista, de cuja acepção já não havia memória e que, subitamente, tornou a circular.

2) Tornou a circular… e copiosamente: tornou-se em verbo-ômnibus: serve para inúmeras ações (não somente a de concertar) e substitui vários outros verbos específicos.

Substitui: organizar, estabelecer, esclarecer, conhecer, instituir, determinar, dispor, reorganizar. Todos eles designam ações específicas; alinhar substitui-os por ação vaga e imprecisa: “alinhar”, nessas condições, é qualquer coisa, que não se sabe exatamente o que seja, semelhantemente a “coisar”.

Em sua acepção quinhentista (concertar, ajustar partes, combinarem entre si intervenientes) é de origem clássica e de uso castiço.

Em sua função de verbo-ômnibus, é novo vício de linguagem e novo empobrecimento na exatidão e, destarte, na qualidade da comunicação de quem o usa. Usá-lo, nessas condições, empobrece a comunicação, subtrai exatidão à ação que se quer referir.

Se quiser exprimir-se com elevação e exatidão, diga alinhar e alinhamento para significar concertar e concertação, combinar e combinação, ajustar e ajuste, mas a ele prefira verbos específicos de ações perfeitamente identificáveis, a exemplo de organizar, combinar, estabelecer, instituir, determinar, cogitar, preparar.

     É correto alinhar como dispor em linha, enfileirar.

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TIAGO, ARTUR E MATEUS. JÚLIO, CÉSAR, MÁRIO, ÉRIC.

TIAGO, ARTUR E MATEUS. JÚLIO, CÉSAR, MÁRIO, ÉRIC.

Tiago, Mateus e Artur não levam “h”. Está errado grafar Thiago, Matheus e Arthur, em português.

Tiago, não Thiago. Artur, não Arthur. Mateus, não Matheus.

(Meu nome é Arthur por ser eu homônimo de meu progenitor que, registrado em 1916, foi-o na altura em que se metia agá em Artur.).

César, Élton, Maurício, Éric, Júlio, Fátima, Basílio, Brasílio, Mário, Lívia, Antônio, José, Ângelo, Luís, tudo isso leva acento.

Prenomes são acentuados, mas em livros publicados no Brasil muitos editores suprimem acentos: Julio, Cesar, Mario, o que está errado.

Até já escutei que “nomes próprios não têm acento”, o que é ignorância.

Em empresas, cujo pessoal dos departamentos de pessoal e de administração compõem-se de moços, a redação de seja o que for sói ser lamentável : nossos rapazes atraentes e nossas raparigas formosas são bonitinhos, e bem ignorantezinhos em idioma.

Todas as reações:

6Bárbara Coutinho, António Da Silva Magalhães e 4 outras pessoas

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O TAL DE ALINHAR, NOVO VÍCIO DE LINGUAGEM.

O TAL DE ALINHAR, NOVO VÍCIO DE LINGUAGEM.

O verbo alinhar é o novo verbo-ômnibus : serve para inúmeras ações e substitui vários outros verbos específicos. É útil e empobrecedor.

Alinhar substitui: organizar, estabelecer, esclarecer, conhecer, instituir, determinar, combinar. Todos eles designam ações específicas; alinhar substitui-os por ação vaga e imprecisa : “alinhar” , nessas condições, é qualquer coisa, que não se sabe exatamente o que seja, semelhantemente a “coisar”.

“Alinhar”, tal como vem sendo usado, é novo vício de linguagem e novo empobrecimento na exatidão e, destarte, na qualidade da comunicação de quem o usa.

Usá-lo, nessas condições, empobrece a comunicação, subtrai exatidão à ação que se quer referir.

Se quiser exprimir-se com elevação, rigor, exatidão, evite-o e empregue verbos correspondentes à ação em causa: organizar, combinar, estabelecer, instituir, determinar, cogitar, preparar. Evite “alinhar” seja o que for.

A língua muda, também para pior, como é o caso.

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A ORIGEM DO AGRADECIMENTO OBRIGADO.

Obrigado tem origem histórica : é redução de expressões que se usava no fecho de correspondência, em que o remetente declarava-se “atento, venerador e obrigado ” em que “obrigado” significava a obrigação de reciprocar o favor, a gentileza, a atenção.

Com o andar dos tempos, este particípio passado perdeu sentido de obrigação (moral ou social) e tomou valor de gratidão.

Assim, hodiernamente, obrigado = sou-lhe grato.

Constitui confusão tomar a palavra obrigado, no sentido em que a usamos, como se a usássemos em sentido que lhe é estranho : é-lhe estranho o de obrigação, que, como disse, evolou-se (há cerca de 120 anos) e foi substituído pelo de gratidão.

No Brasil há coisas estranhas, como a de tomarem-se palavras em seu sentido obsoleto, de séculos atrás, e recusarem-nas à conta desse mesmo sentido, já apagado. Os tipos descobrem que há 80, 100, 200, 300 anos, dada palavra tinha dado sentido (que já perdeu) e criticam-na e enjeitam-na por causa dele, como se seu sentido atual fosse o de séculos atrás. São mentes confusas.

Outros exemplos : fica proibida a palavra “rapaz”, pois provém de “rapace” = ladrão, mas fica autorizada a palavra puta, por provir do nome da deusa Poda.

A etimologia é interessante, elucida a gênese dos vocábulos, até evidencia as mutações diacrônicas (ao longo dos tempos) de significado das palavras. Isso é uma cousa ; outra é a acepção atual das palavras.

Também censura-se mulato por provir de mulo, macho da mula, que por sua vez provém de misto, misturado ; depreendem que chamar mulato é o mesmo que chamar mulo, embora não atentem para que jamais mulato foi pejorativo e há séculos ninguém se lembre de que mulato provém de misturado, salvo gente que confunde cousas.

Há, no Brasil, censura lingüística e o funesto politicamente correto em idioma.

Há alguns livros de etimologia, muito populares, em que certos leitores confundem acepções pretéritas com acepções coevas. No fundo, é a ignorância que se manifesta, a ignorância militante, em que homem raciocina assim: séculos atrás, tal palavra, como “rapaz”, significava ladrão ; logo, chamar, atualmente, rapaz a alguém, equivale a apodá-lo de ladrão ; destarte, devemos evitar chamar rapaz a alguém, pois fazê-lo equivale a qualificá-lo de ladrão.

Tal modo de ver é perfeitamente estúpido.

Também o é censurar os verbos judiar e denegrir, pois, alegadamente, conteriam preconceito contra judeus e contra negros. Está-se, aí, no domínio da ignorância, da estupidez, do obscurantismo.

Os homens respondem obrigadO ; as varoas, obrigadA, sempre. Sempre é sempre, isto é, as varoas dizem obrigadA para varões e para varoas.

Segundo alguns, dizer obrigado comunica espírito de obrigação, de sujeição, de submissão e (consoante a tal interpretação) devemos erradicar tal agradecimento, em nome da liberdade individual. Não tem nada que ver uma cousa com a outra. Como já expliquei claramente, obrigado significa agradecido, estou-lhe grato, rendo-lhe graças, bem-haja.

Pensar que obrigado implica sujeição equivale a imputar-lhe sentido inexistente há décadas, a fantasiar, a imaginar cousas, a reger-se pela fantasia, que não pela realidade. É cousa de mentes confusas.

Bem-haja é expressão que exprime voto de que a pessoa haja o bem, tenha o bem, que lhe esteja tudo bem, e tem valor de gratidão. Bem-haja = obrigado. Podemos usar à larga essa locução.

Agradecido é explícito em manifestar gratidão ou agradecimento, o que não se dá com obrigado (particípio passado de obrigar) que, no entanto, aí, não vale como verbo e sim como agradecimento.

Gratidão é sentimento abstrato; agradecer com esse vocábulo transmite agradecimento que até se entende como tal. Obrigado é particípio passado do verbo obrigar; agradecer com esse vocábulo transmite agradecimento que se entende como tal. Temos livridão (liberdade) de usarmos um ou outro : façamo-lo em nome da riqueza semântica do português, não com espírito de confusão que injustiça o “obrigado”.

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USO ERRADÍSSIMO DO VERBO CONFIRMAR EM CENTRAIS DE CHAMADA.

USO ERRADÍSSIMO DO VERBO CONFIRMAR EM CENTRAIS DE CHAMADA.

     Operadores de centrais de chamadas (“calls centers”) têm vezo de empregar o verbo confirmar erradamente.

     Confirmar significa repetir-se informação de que o interlocutor dispõe, para o mesmo interlocutor, a fim de este averiguar se coincidem uma e outra; por exemplo: Miguel sabe o número do CPF de Sérgio; Miguel, operador de central de chamada, pede que Sérgio lhe confirme o CPF;

Miguel diz a Sérgio o número de CPF de Sérgio; se o número estiver correto, Sérgio dirá isto mesmo, ou seja, confirmá-lo-á; se incorreto, não o confirmará.

           Quem pede confirmação enuncia, para seu interlocutor, o que deseja que ele lhe confirme: quem pede confirmação, propicia a informação; não é o interlocutor que lha propicia, pois este confirma-a ou a desmente.

     Os operadores de chamadas pedem que o cliente “confirme”-lhe dados, mas é o cliente que lhos enuncia; logo, o cliente nada lhes confirma: informa-lhes. Não há, aí, confirmação nenhuma: há informação.

     Se Miguel pede a Sérgio que este lhe confirme seu, de Sérgio, número de CPF, então:

1) Miguel deve enunciar o número em causa.

2) Sérgio dir-lhe-á que o confirma, se correto, ou que o desmente, se incorreto.

             Quem pede confirmação já conhece a informação e a enuncia; o interlocutor limita-se a confirmá-la porque correta ou a negá-la, a desmenti-la, porque errônea.

            Os operadores de chamadas pedem que seu interlocutor confirme-lhes (por exemplo) o número de CPF para averiguarem se o número que se lhes diga coincide (ou não) com o de que dispõem; aí, não há confirmação nenhuma, porquanto para havê-la, o operador deveria enunciar o que pede que o interlocutor enuncie.

     Para procederem com acribologia, para exprimirem-se corretamente, os operadores devem pedir que o interlocutor diga-lhes a informação, jamais devem pedir que lha confirmem. O verbo que empregar, aí, é dizer, não é, não pode nunca ser confirmar:

— Peço que me diga seu número de CPF.

— Gostaria de que me dissesse seu número de CPF.

— Diga-me seu número de CPF, por obséquio.

     O errado é errado ainda que todos o usem; o certo é certo ainda que poucos o conheçam.  Use o certo.

     Em tempo: falar é diferente de dizer. O operador pedirá que se lhe DIGA o número, não que se lhe FALE.

FALAR E DIZER.

Falar é exprimir por palavras bocais, vagamente, genericamente.

Dizer é exprimir por palavras bocais, exatamente, especificamente.

Sempre que o que se exprime é específico, dizemos ; sempre que é vago e genérico, falamos.

Fala-se da vida ; dizemos de nosso dia de nascimento.

Falei de relógios e disse que o meu é da marca Tempo.

Falai que ireis de férias sem dizer em que dia ireis.

Dizemos QUE : disse que é dia 12, disse que horas são.

Falamos sobre, acerca de, a propósito de.

“Falar que” é agramatical.

Disseste que trabalhas lá; falaste-me acerca de teu chefe.

O vulgo brasileiro usa falar em vez de dizer.

O português é rico, é exato, permite-nos exprimirmos exata e belamente o que desejamos ; é motivo de orgulho. Não é difícil (ideia de senso comum) : é para quem usa sua inteligência.

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