Religião é veneno. Homossexualidade. deus imaginário.

 

RELIGIÃO É VENENO.

14.6.2016. A propósito da chacina perpetrada em Orlando (em junho de 2016, um militante do Estado Islâmico matou, à bala, 50 pessoas e a si próprio, na Pulse, casa noturna de público homo, nos E.U.A.), uma evangélica brasileira sentenciou: “Quando a orgia é grande, o senhor passa a régua!” .

Ela é crente, evangélica, criada no amor e no temor do deus dela; o seu dela herói é Jesus, que ensinou a amar, porém, entre a chacina de 50 pessoas e a condição de homossexuais das vítimas, ela não demonstra nenhum horror pelo crime e nenhuma solidariedade com os mortos, mas considera que a tragédia exprimiu a intervenção divina. Para ela, a chacina representou a punição de deus aos infratores do seu mandamento; para ela, foi-lhes “bem feito para eles”.

A lógica do cristianismo, nesta versão, acentuadamente vetero-testamentária, é a de que a violência, a morte, a crueldade se justificam. Elas são benditas, porque praticadas em nome do senhor e como aplicação da justiça dele.

Para este tipo de gente e de cosmovisão, a violência se justifica, assim como ela se justifica na visão religiosa do muçulmano lunático que matou 50 e mais a si próprio.

De um lado e de outro, ambas religiões são vetoras de violência e da sua bendição. O cristianismo não mata mais, porém já queimou gente viva; proporcionalmente, o islamismo é mais mortífero.

No Brasil, os evangélicos são portadores de homofobia e da justificação da violência contra os homossexuais, da que ocorre entre nós. É mentira dizer-se que o cristianismo é exclusivamente religião de amor, que ele porta mensagens de bem e de paz: ele as porta para quem o entende assim, e porta mensagens odientas para quem o usa seletivamente. Aliás, as religiões do livro (é o caso do cristianismo) sempre foi e é usado seletivamente: cada um escolhe, nele, o que lhe convém, o que quer, o que serve para justificar o seu ódio ou para as suas necessidades de refrigério e de consolação.

Para uns, Jesus e o tal do pai dele são fonte de consolação; para outros, são justificadores de certos tipos de violência; para terceiros, são ambos: o crente louva ao seu deus, adora o seu herói, herói de amor, odeia a quem deve odiar, compraz-se com atrocidades e, claro, paga o dízimo.

Tudo isto combinado é inconcebível para quem seja minimamente bem formado, à luz da solidariedade, da empatia humana, da compreensão do próximo, de um mínimo de racionalidade e de discernimento. Mas tudo isto, que me parece tão absurdo e estúpido, é perfeitamente coerente para as mentes religiosas.

Nestas condições, religião não é veículo de fraternidade nem de bem, senão de insensibilidade, desprezo pelo próximo, morte e júbilo por certas mortas. Nestas condições, religião é fonte de perversão moral e veneno social.

Doutrina católica sobre a homossexualidade.

Para ser justo, é de notar que o catecismo católico, nos seus artigos 2357 e 2358 exprime:

Parágrafo 2357. “Os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados.”
Parágrafo 2358. “Um número não negligenciável de pessoas apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. (…) Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição.”

Parágrafo 2359 “As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadoras da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã.”

O padre Paulo Ricardo ensina que

“Do mesmo modo acontece com o sexo: a complementaridade entre homem e mulher foi querida e criada por Deus – basta abrir as primeiras páginas do livro do Gênesis para constatá-lo. Também ela, pois, não deve ser tocada. Trata-se, igualmente, de uma realidade sagrada. Por isso, a Igreja diz aos homossexuais que mudem sua conduta e comportamento. Este, porém, é um apelo que ela dirige a todos os seus filhos. A sexualidade humana, ferida pelo pecado original, tem várias tendências destruidoras, como o adultério, a pornografia, a masturbação etc. Todos os cristãos são chamados a conter a sua pulsão sexual e canalizá-la de forma produtiva no amor. Este, por sua vez, se expressa seja no celibato, seja no matrimônio aberto à vida.

Por isso, a Igreja não discrimina os homossexuais. O que ela prega a eles é o que ensina a todos os católicos, indiscriminadamente: que o exercício da sexualidade só é possível dentro do matrimônio aberto à fecundidade e à procriação, porque este é o projeto original de Deus, desde o princípio da Criação.” (Fonte: aqui.).

Ou seja: a igreja católica admite uma única forma de sexualidade: a entre homem e mulher, para a reprodução, como realidade “sagrada” e que não deve sofrer modificação nenhuma. A sexualidade humana foi “ferida pelo pecado original” e apresenta “tendências destruidoras”, dentre as quais a pornografia e a masturbação. As únicas formas legítimas de sexualidade são: o matrimônio procriador e a abstenção sexual.

A igreja católica não discrimina os homossexuais, porém reprime a sexualidade humana. Ela não reconhece a legitimidade e a naturalidade da bissexualidade nem da homossexualidade, a possibilidade de haver amor sincero e dedicação “cristã” entre pessoas do mesmo sexo; tampouco a naturalidade e a inocência de satisfações como a pornografia e a masturbação.

Não que me importe com a doutrina católica sobre sexualidade, homossexualidade, bissexualidade, pornografia e masturbação. Pouco se me dá o que diz o catecismo católico sobre tudo isto, porém é importante deter-se a informação correta na fonte originária, para ajuizar-se com conhecimento de causa. O meu juízo é o de que a doutrina católica acerca da sexualidade é tacanha, cega à realidade humana, empobrecedora das possibilidades de realização afetiva e sexual, repressora das manifestações normais da sexualidade e da afetividade humanas. Ela é profundamente estúpida, fundamenta-se em uma irrealidade (o assim chamado pecado original), tende a produzir frustrações e culpas desnecessárias e a privar muitas pessoas da beleza da sexualidade e da afetividade em formas diversas da única que legitima (casamento heterossexual com sexualidade voltada à procriação). Teológica, ela deve ser substituída por outra, antropocêntrica, que aceite a sexualidade em plenitude, e a trate como forma de realização e de satisfação legítima do ser humano, desde que mediante consentimento dos envolvidos capazes de consentirem livremente; ao mesmo tempo, liberdade de ver pornografia e de masturbar-se.

 

Comer grama.“Os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados.”
“Um número não negligenciável de pessoas apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. (…) Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta.” [2]

ACREDITAR EM DEUS OU NA IMAGINAÇÃO ? DÍZIMO É CORRUPÇÃO.

Na Africa, um pastor induziu os seus fiéis a pastarem, para aproximarem-se de deus.

É imagem sugestiva do poder de persuasão dos pastores, da credulidade de muitas pessoas e da capacidade de muitos humanos de acreditarem em ficções, em imaginações, como se elas fossem realidades. A retórica religiosa destina-se, amiúde, a servir de consolo e esperança para o sofredor: diz-se-lhe o que o conforta e o consola, a saber, que deus o ama, que Jesus morreu para salvá-lo, que deus tem um propósito na vida dele; que, pobre e desvalido, ele é importante para o criador do mundo; que o criador dá-lhe bençãos, proteção, benefícios, vantagens, cura, emprego, portas abertas, caminho, luz, verdade.

Mas tudo isto é ilusório, é imaginário. Nunca ninguém em parte nenhuma viu deus. Todo cristão concordarará com que os deuses gregos eram fictícios, inexistiram, eram imaginários; mas o deus bíblico é igualmente imaginário. Não há diferença nenhuma entre uns e o outro.

A crença no deus cristão constitui “zona de conforto” que, certamente, propicia vantagem emocional. É emocionalmente positivo o sujeito acreditar-se amado e protegido por um ser onipotente, para quem nada é impossível e que lhe propiciará bençãos e graças. A quem satisfaz tal discurso? Ao pobre, desvalido, sem recursos humanos com que resolva os seus problemas; também ao crédulo; também a quem foi criado em família teo-normativa, cuja forma mental é a de tudo referir a deus.

Quando uma mulher agradece a deus porque engravidou ou um candidato a concurso faz o mesmo porque foi nele aprovado, percebe-se a que ponto chega a ilusão. É óbvio que as mulheres engravidam porque tiveram relações sexuais; é óbvio que os candidatos são aprovados porque estudaram. Contudo, para a mente ocupada pela idéia de deus, ambos fatos, inteiramente devidos ao próprio ser humano, são objeto de agradecimento a deus, como se ele fosse-lhes o autor ou, por alguma forma, co-autor. Mas deus não tem nada, nada, que ver com a gravidez dela nem com a aprovação dele.

Tomar a imaginação pela realidade é estar fora da realidade. A religião consiste exatamente nisto. Milhões de brasileiros estão iludidos; o número copioso de iludidos não transforma a ilusão em realidade, apenas revela que incontáveis pessoas são emocionalmente suscetíveis à inversão intelectual da fantasia pela realidade.

Analiso a religião intelectualmente; o crente não a considera assim, como objeto de exame racional, mas envolve-se nela emocionalmente. Desinteressa-lhe averigüar a veracidade da idéia de deus; conforta-o pensar que deus zela por ele: a emoção produz a fé, a credulidade e, claro, o pagamento do dízimo. O sofrimento, a insegurança, a promessa de riqueza, de êxito, de bençãos, de êxitos são negócios altamente lucrativos.

O fiel que paga o dízimo para obter bençãos de deus é corruptor e faz de deus o grande corrupto passivo. Já parou para pensar nisto ? Quem dá o dízimo para provar a sua fé, pratica ato de corrupção. Todo dizimista é corrupto se pretende obter graças e bençãos mediante dação pecuniária a Jeová e supõe que este aceite-lhe o suborno: é agente de imoralidade que os pastores convencem-no de ser ato louvável. Obviamente, deus nada embolsa, ao passo que os pastores embolsam tudo e enriquecem às expensas da credulidade do seu público pobre. deus é bom negócio, em que os pobres conservam-se como tal, os pastores enricam e Jeová faz a parte dele, ou seja, nenhuma.

Há argumentação teológica extremamente conveniente para quem almeja embolsar o dizímo, com as alegações de que é imperioso dizimar como dívida a deus, louvação a ele e mandamento dele. E com que cinismo pregam ser descabido fiscalizar-se o uso que os sacerdotes fazem do quanto recebem ! É óbvio que as igrejas selecionaram (como sempre selecionam o quanto alegam) o que lhes convêm e o pregam para povo ignaro, crédulo e pobre que mais se enraiza na sua pobreza ao dar 10% ou mais da sua renda para aproveitadores.

Leia aqui o astucioso argumentário pró-dízimo: aqui.

 

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