Costumes: de cueca na praia e em público; vestido na praia, de pijama em público.

Costumes: de cueca na praia e em público, vestido na praia, de pijama em público.

De cuecas na praia e vestidos na praia: estão de cuecas na praia (desconheço onde seja); aparentemente ninguém liga, salvo o fotógrafo que captou a singular imagem. Na conservadora Curitiba vi algumas vezes rapazes na rua de cuecas do tipo-samba canção: semelham calções e ninguém lhes repara. Na mesma conservadora Curitiba é relativamente comum rapazes andarem sem camisa nos seus (raros) dias quentes e (ainda mais raros) soalheiros.

Na em que a família está na água: em Santos (São Paulo, Brasil), assim enroupada, nos anos 1920, em nome da moral e dos bons costumes; a dos rapazes homossexuais parece ser na Inglaterra: atente em que está tudo encoberto, até de meias compridas (pretas ou roxas).

Por que é (é ?) tão crucial tapar o falo ? Ele é indecoroso ou o encobridor é quem o associa a sexo ? O nudista, não.

Nudez em família: na Europa, entre 1100 e 1400 pelos menos, porém até meados do século XVI, era comum a nudez em família, pois não se usavam pijamas e todos dormiam no mesmo quarto (pergunto-me se os pais copulavam na presença dos filhos). Em “O vigário de Wakefield”, de Olivério (Oliver) Goldsmith (cuja leitura Augusto Comte recomendava), há passagem em que se deflagra incêndio e esposa, filhas e filhos do herói saem de sua casa, nus: dormiam, todos nus.

A nudez pode ser feia, esteticamente; não é indecorosa, moralmente.

De pijama na rua: até aos anos 1940, era usual em Salvador andar-se na rua de pijama. “Ninguém se sentia constrangido […] o que seria indecente ? Andar de pijamas, afinal todo coberto, ou de sunga e sem camisa,  traje de muitas pessoas que se prezam por educadas e que assim recebem suas visitas, queixando-se do calor ?”, indaga-se a memorista Hildegardes Vianna (Antigamente era assim, p. 175-9). Em Londres, o povo anda de pijama e roupão na rua e assim vão aos mercados; em Vitória do Espírito Santo, homens adentram descamisados carros de praça (táxis), ônibus, farmácias e mercados.

Em Buenos Aires, é costume as pessoas tomarem sol nos gramados e parques, amiúde nos intervalos para almoço e não somente: despem tudo, exceto as cuecas.

No Brasil, expor o pinto em público é (?) indecoroso, mas expor as cuecas também o é. O suposto indecoro está no pinto e nas cuecas, mas se usar sunga, menor do que as cuecas, em público, é decoroso. Faz sentido ?

No Brasil, nos anos 1980, era trivial rapazes e meninos jogarem pedibola de cuecas; constou-me que também o era estarem assim na calçada, defronte de suas casas. Hoje não o é: éramos licenciosos ou tornamo-nos pudicos e maliciosos ?

Consideram-se as cuecas trajes íntimos, de exposição indecorosa. Não interessa o quanto ela encobre e o quanto a sunga não encobre; a diferença está em que se considera que uma não deve ser exposta e a outra pode sê-lo.

Há tempos, Justino (Justin) Bieber andou de cuecas nas ruas de Los Angeles.

Esse post foi publicado em Costumes.. Bookmark o link permanente.

Deixe um comentário