David Carneiro.

                                                                           Arthur Virmond de Lacerda Neto. 2020/2021.

David Antonio da Silva Carneiro (de pai, avô e bisavô homônimos[1]) nasceu em Curitiba, em 29 de março de 1904, na rua Mateus Leme, na vivenda em que então habitavam seus pais (contígua, à direita, ao atual Museu Alfredo Andersen).       

  Criança, viveu na Vila Tranqüila, mansão de seus pais (sede do antigo Buffet do Batel e já demolida); jovem, morou em apartamento nos fundos dela, em que acomodou as primeiras peças de seu museu. Adulto, erigiu sobrado na rua Desembargador Mota (número 1635[2]) e, em 1949, seu solar cor-de-rosa, de número 1828 da rua Brigadeiro Franco, cuja fachada inspirou-se na descrição da casa nomeada Ramalhete, do romance Os Maias (de Eça de Queirós). Tal frontaria remanesce (com ausência de alguns de seus ornamentos[3]); parte do que lhe corresponde na antiga casa contém o (aliás, inexpressivo) Espaço Cultural David Carneiro, em que se expõem alguns de seus livros, fotografia sua em tamanho grande, mercadejam-se lembranças de Curitiba e que andou encerrado por anos a fio, até que desencadeei campanha nas redes sociais por sua reabertura, o que se verificou em 2019. David merece mais e melhor[4].

Residência de David, na rua Brigadeiro Franco, 1828, Curitiba.

De 1918 a 1922 David estudou no Colégio Militar de Barbacena e, seguidamente, no Colégio Militar do Rio de Janeiro, em que, graças a professores como Alfredo Severo dos Santos Pereira e Heitor Cajati, adeptos do Positivismo de Augusto Comte, conheceu-o e aderiu-lhe, em convicções que lhe foram vitalícias[5].

De volta ao torrão e ainda moço, de 1930 a 1932 (contava de 26 a 28 anos) presidiu ao Banco do Estado do Paraná.

Ele formou-se em engenharia civil pela Universidade do Paraná, em 1927, porém mal atuou como engenheiro. Dada a morte prematura de seu pai, no ano subseqüente (o coronel da Guarda Nacional David Carneiro), assumiu a administração da Ervateira Americana, engenho de erva mate de vultosa dimensão, que ocupava toda a largura da rua Brigadeiro Franco, entre as ruas Emiliano Perneta e Comendador Araújo, em Curitiba, e que ardeu em 1944.

Não se graduou em história (sequer havia tal curso, ao tempo), porém foi historiador de avultada produção; octogenário, foi admitido na Academia Brasileira de História. Não era mestre nem doutor — era douto, o que muitos doutores brasileiros não são. Repugnavam-lhe a mediocridade como padrão pessoal e a incultura como traço dos povos. Sua vida foi de aprendizado constante, por leituras em que era ávido: aspirava a saber sempre mais e sabia muito, dotado de vasta cultura, de que raros humanos são capazes.

Sua biblioteca de cerca de sete mil volumes (encadernados) foi vendida em alfarrabista de Curitiba, logo após seu decesso e dispersou-se. Teria sido meritório que a mantivessem intacta e com destinação social; não houve vontade política para tal (dispusesse eu de meios financeiros, tê-la-ia comprado, por inteiro, e aberto ao público).

Difundiu seu conhecimento por livros, ensaios, artigos que publicou em revistas várias e cursos que ministrou na Escola de Belas Artes do Paraná (Arquitetura Analítica), no departamento de Economia da UFPR (Evolução da Conjuntura Econômica), no de história da Universidade de Brasília (História do Brasil), na Escola Superior de Guerra (em 1957); também no Chile e, várias vezes, nos EUA: em Nebraska, em 1961; na Ucla, da Califórnia, em 1966; na Universidade Harvard; já septuagenário, em 1975, em Ohio, do que produziu My sojourn in Ohio, acessível por via eletrônica paga.

  Estudante, recebeu medalha de ouro no Colégio Militar do Rio de Janeiro (de primeiro lugar no curso); ao longo da vida foi agraciado com oito condecorações nacionais e metecas, de que três no grau de comendador: comendador David Carneiro, condição de que se não bazofiava. Preferia ser tratado por “professor”: professor David Carneiro.

No ambiente brasileiro, a lusofobia ou antiportuguesismo era e ainda é inculcada nas escolas, por livros e lentes tendenciosos, e cultivado nos meios universitários e intelectuais. Culpa-se a formação portuguesa do Brasil pelos males deste, presentes e pretéritos, embora da independência por diante os brasileiros se tornassem responsáveis pelos destinos de seu país. Como bode expiatório, acusa-se a “herança colonial”, com que se dissimula a incapacidade de os brasileiros corrigirem o que julgam estar mal. A “herança colonial” é-o no que eles não a desejaram retificar. Autores como Sérgio Buarque de Holanda, José Honório Rodrigues, Salgado Freire, Valfrido Piloto, Renato Janine Ribeiro, Júlio José Chiavenato, Laurentino Gomes encarnam os depreciadores do passado brasileiro; por outro lado, vultos respeitáveis da historiografia nacional atuaram sem o vezo lusófobo e até em defesa da formação portuguesa do Brasil, como David Carneiro, Gilberto Freyre, Manuel Bonfim, Tito Lívio Ferreira, Eduardo Metzer Leone, Rocha Pombo; hodiernamente João Paulo Garrido Pimenta.

Porque esquadrinhasse, no Brasil e em Portugal, a figura de Afonso Botelho de Sampaio e Sousa, construtor do Paraná no século XVIII, David foi agraciado com a comenda portuguesa do Infante Dom Henrique, em 1963, quando publicara em fascículos a biografia daquele, que republicou em 1986 em livro.

Ao longo de 16 anos (nos anos de 1980 e 1990) manteve coluna diária na Gazeta do Povo, a Veterana Verba: crônica de atualidades, temas de história, assuntos vários, e também poesia: periodicamente publicava trios de sonetos. A totalidade da Veterana Verba é testemunho de época e fonte riquíssima de sabedoria e cultura, que merece publicação integral em coleção especial que se lhe dedique. Oxalá algum particular, amigo da cultura paranaense, ou os órgãos oficiais tomem tal iniciativa, e componha-se coletânea de seus artigos e ensaios, de que deixou também dezenas dispersos em revistas várias (como a do Rotary Clube, nos anos 1940 e 1950,  e a Revista Interamericana de Bibliografia, nos anos 1970 e 1980, de circulação internacional, em que resenhou livros[6]).

  Produziu cerca de 60 livros, com inéditos, dentre eles Novos ensaios de interpretações morais.

 Manteve aberta ao público, por décadas, sua copiosa coleção de objetos da história do Paraná e do Brasil, o Museu David Carneiro, adquirido, postumamente, pelo Museu Paranaense. Continha cerca de quatro miríades de peças (armaria, mobiliário, pinacoteca, vestuário, veneras, pianos, cristais, porcelanas e muito mais).

  Construiu a Capela da Humanidade, pertencente ao Centro Positivista do Paraná, como positivista e humanista que era, adepto de Augusto Comte, entusiasta das virtudes da Humanidade, da cultura pessoal, do pacifismo, do valor da educação. Em sua condição de positivista, produziu a História geral da Humanidade através dos seus maiores tipos, em sete volumes (de extensão díspar, publicados de 1939 por diante), em que expôs a biografia de vultos selecionados do calendário histórico de Augusto Comte, com o respectivo contexto. É bela exposição de história e da participação de agentes decisivos do desenvolvimento humano, que bem merece nova edição.

  Moço, recém-casado (nos anos 1920) dedicou-se a registrar o episódio da epopeia da Lapa, em sua célebre resistência de 1894: publicou O cerco da Lapa e seus heróis (1934; republicado pela Biblioteca do Exército, em 1991), Os fuzilamentos de 1894 no Paraná (1937), A revolução federalista no Paraná (1944, 1982), Rastros de sangue (romance; anos 1970), Gomes Carneiro e a consolidação da república (anos 1980).

Um de seus livros valeu-lhe processo judicial: História psicológica do Paraná, de 1934. Reputava A marcha do ateísmo (1936) sua obra-prima: nele expôs princípios do Positivismo, bem assim nos Ensaios de interpretações morais. Traduziu o Testamento político de Richelieu, integrante da biblioteca positivista, acervo de livros de leitura recomendada por Augusto Comte (Atena,1955; reedição da Edipro, 1995).

Tomou a iniciativa da construção do monumento a Benjamin Constant, inaugurado em 1940, na praça Tiradentes (Curitiba), após o malogro de junta oficial destinada a erigi-lo. David promoveu-lhe a execução, com fundos próprios. Quatro anos depois, por suas idealização e iniciativa, inaugurou-se (no cinqüentenário do cerco da Lapa) o Panteon dos Heroes, monumento cívico em que jazem Gomes Carneiro, Joaquim Lacerda, Dulcídio Pereira, Amintas de Barros. Bastaria essa realização para assinalar-lhe o papel cívico.

A Escola Superior de Guerra (que cursou em 1956, no Rio de Janeiro) publicou-lhe súmula dos cursos que lá expendeu (1957[7]), a editora Civilização Brasileira deu à luz seu A vida gloriosa de José Bonifácio de Andrada e Silva (1977), a Universidade de Brasília publicou-lhe História da guerra cisplatina (1983), a coleção Farol do Saber (da prefeitura de Curitiba) republicou-lhe O Paraná na guerra do Paraguai (1995). O Museu Paranaense dispõe, em PDF, o texto de O drama da fazenda Fortaleza[8].

Graças a pesquisas pioneiras em arquivos ingleses, revelou o incidente da belonave inglesa Cormorant, que em 1850 tiroteou com a fortaleza de Paranaguá, o que suscitou a lei Eusébio de Queiroz, proibidora do comércio negreiro no Brasil. Nesse capítulo, publicou História do incidente Cormorant (1950).

  Em comemoração do centenário do Paraná (1954) publicou A História da História do Paraná, especialmente importante porque: 

  1. em sua primeira parte, constituiu teoria da história: história como saber, seus fins, métodos, fontes, critérios, domínio em que se serviu notadamente das doutrinas de Ortega y Gasset e de J. Shotwell. Trata-se de importante teorização, de valor universal, um dos pontos máximos da sua obra e que merece consideração em cursos de história, ciências sociais, sociologia, e reedição.
  2.  em sua segunda parte avaliou o papel dos historiadores paranaenses e a respectiva contribuição. É a parte em que David Carneiro, com sua erudição ímpar e com seu excelso critério, julga o valor da obra de Afonso Botelho de Sampaio e Sousa, Ermelino de Leão, Francisco Negrão, Romário Martins e não só.

Não datilografava: manuscreveu todos os originais do quanto produziu. A Gazeta do Povo talvez conserve as miríades de laudas pautadas que lhe fornecia e em que ele redigia seus artigos da Veterana Verba. Se existirem, são relíquias por depositar-se no Arquivo Público ou no Museu Paranaense. Ele recortava os textos publicados de sua coluna e colava os retalhos em cadernos que mandava encadernar e que compõem coleção de algumas dezenas, conservados por seus descendentes. Também merecem doação para o Museu Paranaense.

A exploração do material pletórico da Veterana Verba ensejará novos estudos relativos ao homem, ao historiador, ao seu tempo e novamente revelará sem-número de pontos da história local e nacional de que neles tratou; sua publicação integral será serviço em prol da alta cultura paranaense e é dívida que o Paraná e os paranaenses têm para com uma de suas mais indiscutíveis superioridades. Caderno de contos (de fundo vero e interessantes, com personagens locais, dissimulados sob nomes fictícios) depositado no Museu Paranaense aguarda iniciativa de sua publicação. Também deixou várias dezenas de cadernos manuscritos de diários, manancial para estudiosos, pesquisadores e historiadores.

Berenice Mendes, em 1988, produziu documentário em curta metragem intitulado Memória de David, em que lhe gravou voz e imagens, em sua residência. Wilson da Silva Bóia produziu ensaio biográfico de David, intitulado David, o Gigante, premiado (em 1990) em primeiro lugar no concurso Gralha Azul, da Secretaria da Cultura do Estado do Paraná. Em 1990, Arthur Virmond de Lacerda Neto exarou página evocativa de David, como antelóquio de A Centenária República e o Coronel Joaquim Monteiro, de Maria de Lurdes Marques Chaves (Joaquim Monteiro era progenitor materno de David que, aliás, não era parente do general Antonio Ernesto Gomes Carneiro, o herói da Lapa). Em 2012, Daiane Vaz Machado graduou-se como mestre em História da UFPR com dissertação sobre David, em que lhe registrou a ação e a vida[9]; em 2016, Maria Julieta Weber Córdova publicou Bento, Brasil e David (editora da UFPR) em que lhe estuda a contribuição (bem assim as de Bento Munhoz da Rocha Netto e Brasil Pinheiro Machado) na elaboração da identidade paranaense.

David fundou a Empresa Cinematográfica David Carneiro, que construiu as primeiras salas de exibição confortáveis de Curitiba: cinematógrafos Ópera (na alameda Luís Xavier), Arlequim (no largo Frederico Faria de Oliveira), Marajó e Guarani.

David Carneiro faleceu em Curitiba, em 3 de agosto de 1990, empobrecido (em razão de dívida formada por um de seus filhos com o Banco do Brasil), após haver sido riquíssimo ao longo da vida[10].

Jaz no cemitério municipal de Curitiba, em tumba que lhe abriga a mulher e os filhos[11], encimada pelo aforismo de Augusto Comte: “Os vivos são governados pelos mortos”: as gerações influenciam umas às outras, o presente é produto do passado.

Gigantesco na sua cultura, imenso no seu legado cultural, é figura verdadeiramente egrégia do Paraná. Levou vida intensíssima, como a de raros, no sentido de aprender continuamente e trabalhar sempre e bastante, na produção intelectual que lhe foi modo de ser e de estar, desde jovem. Sobre o volume de seu legado, impressionam a constância com que o produziu e a precocidade com que passou a fazê-lo: desde moço e sempre.

Lembrem-se dele os paranaenses como um de seus mais ilustres coestaduanos, os brasileiros como um de seus mais egrégios valores e os homens como um de seus mais conspícuos exemplos.

TAREFAS DOS PARANAENSES, POR CUMPRIR: PUBLICAR A TOTALIDADE DA VETERANA VERBA E OS CONTOS DE DAVID CARNEIRO. Que se mobilizem particulares, órgãos oficiais, Imprensa Oficial, mecenas, família, leitores, Instituto Histórico, Centro de Letras, UFPR !


[1] O bisavô de David chamou-se David Araújo Carneiro da Silva, tinha origem pernambucana e era parente do conde da Ilha do Príncipe. Porque abreviasse Araújo e tratassem-no, em correspondência, por Antonio, na suposição de que a este nome correspondesse a abreviatura “A.”, ele substituiu um pelo outro; concomitantemente inverteu a ordem de seus sobrenomes e passou a nomear-se David Antonio da Silva Carneiro.

 [2] A frontaria desta vivenda era exornada com painéis de azulejos representantes de brasão imaginário de Carneiros (com o distíco “Constans cor”, a saber, coração constante), as armas da república brasileira, dois azulejos peruanos (com gravuras coloridas) e também (se não estou em erro), outro com as armas do Paraná. Pertencem-me parte do brazão de Carneiros, o das armas da república e um peruano, que os colhi na demolição da casa.

[3] Os ornamentos são: dozes imitações, de porcelana, de pinhas, anteriormente postas nos gradis das varandas, e quatro réplicas de porcelana do vaso remanescente do campanário da antiga matriz de Curitiba. As dezesseis peças eram brancas, com pinturas azuis.

Após a morte de David Carneiro, redigi petição de tombamento da casa, que assinei em primeiro lugar; corri-a por notabilidades locais, que a subscreveram também, como Emanuel Appel, o cônsul de Portugal, o presidente do Instituto Histórico, René Dotti, o vice-reitor da PUC, Flora Camargo Munhoz da Rocha, Euclides Scalco; no todo 28 pessoas. Não se tombou a casa, sequer sua fachada, porém graças a tal iniciativa conservou-se a parte da fachada que ainda remanesce.

                [4]Aqui, matéria da Gazeta do Povo de 15 de abril de 2019, sobre o Espaço David Carneiro: https://www.gazetadopovo.com.br/haus/arquitetura/museu-david-carneiro-ganha-loja-souvenires/.

        É péssimo costume da redação estrangeirada daquela folha, empregou-se o francês “souvenires” em lugar de “lembranças”. Equivocou-se a matéria: Ramalhete não foi residência de Eça de Queiroz.

[5] David publicou, em 1978, raríssimo folheto, nomeado Como chegou o Positivismo ao Paraná. Em PDF em https://positivismodeacomte.files.wordpress.com/2018/07/como-chegou-o-p-ao-pr.pdf.

[6] Daiane Machado Vaz, em O percurso intelectual de uma personalidade curitibana: David Carneiro, listou parcialmente os artigos de David. Há vários outros, que desencantei.

[7] Vide O que a Escola Superior de Guerra ensinava, de Sebastião André Alves de Lima Filho: http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/24611/1/2011_tese_saalimafilho.pdf

[8] http://www.museuparanaense.pr.gov.br/arquivos/File/odramadafazendafortaleza.pdf.

[9] O percurso intelectual de uma personalidade curitibana: David Carneiro. Aceda-lhe por https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/27310.

[10] A fortuna dos Carneiro proviera da exploração da erva mate. O avô homônimo de David fora sócio do barão do Serro Azul, de cuja viúva adquiriu sua parte na firma Barão do Serro Azul & Companhia. O genitor de David manteve o negócio fabulosamente rentável com a Hervateira Americana, proprietária da marca Mate Real.

                Luís Machado Guimarães, proprietário do palácio chamado castelo do Batel, ofereceu-lho à venda a David, que não se interessou por ele (comprou-o Moisés Wille Lupion de Troia, bem sucedido empresário e depois governador do Paraná).   Em dias imediatamente anteriores ao de seu óbito fora a leilão o terreno amplo de sua residência. Sua viúva, então quase nonagenária, conservou-se (enquanto viveu) na casa que lhes pertencera desde 1949, por favor do banco e dos arrematantes do imóvel. Construiu-se no lugar o Hotel Pestana, com entrada pela rua Comendador Araújo.

[11] Sua mulher Marília Supplicy de Lacerda, de solteira (Lapa, 1905 – Curitiba, 1995); seus filhos Heloísa Lacerda da Silva Carneiro, David Antonio da Silva Carneiro, Fernando Augusto Lacerda da Silva Carneiro.

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