Pergunto-me porque é que Olavo, os olavinhos, Bolsonaro e afins, descobriram o conservadorismo, porque precisamente isto e não outra forma de pensamento.
Afinal, o conservadorismo, em sentido elevado, tenciona manter o estado de coisas com menos alterações possíveis, e somente alterações quando e se necessárias, e na medida do preciso, ao passo que eles não querem manter e sim opor-se à esquerda. Não são conservadores e sim “conservadores”.
Foi, parece-me, o rótulo que encontraram para se qualificar e, por isto ou também por isto, de quebra, reavivam autores como Burke, e outros, como Scrutton, que é anti-esquerda.
Em sentido forte (conspícuo, associado a Burke), os romanos e o Positivismo são conservadores, o que é diferente do ideário deste pessoal, a menos que o ideário deste pessoal, no fundo, consista em reagir contra quaisquer alterações de mentalidade, de costumes e de instituições, tal como elas são praticadas ou tencionadas pela esquerda.
Assim, o “conservadorismo” trivial da maior parte dos auto-intitulados com tal apelativo é anti-esquerdismo.
Conservadorismo, em sentido forte, conspícuo, é outra coisa: é o sentimento da continuidade, tão realçado no Positivismo.
Este pessoal não é conservador; é pseudo-conservador; é opositor à esquerda e a maioria não sabe o que diz, quando (e se) de dá a conhecer como tal.