Costumes, gerações e liberdade.

COSTUMES. GERAÇÕES. LIBERDADE.

“‘Cada um pode ser o quiser, mas não precisa se ridicularizar’ disse meu pai [o pai dele] em discurso démodé ao ver a foto que eu [o meu amigo] postei de um aplicativo que me faz parecer de batom e maquiagem… Entendamos o seguinte: batom e maquiagem não faz homem parecer ridículo, a não ser que o cara não saiba se maquiar. O meu criador fez algumas estrelas afeminadas, e elas tem que brilhar… ”

Comentei: Há resistências culturais (psicológicas) às inovações de costumes, notadamente da parte dos velhos, dos integrantes de gerações em que correto era manifestar-se de outra forma ou não se manifestar de dada maneira. Ele exprimiu o seu (dele) condicionamento de época e ainda não está preparado para o novo e o atual. A sua (dele) impregnação evangélica agrava-lhe o despreparo para aceitar o que lhe divirja dos seus “rigorosos padrões éticos e morais”.

Mais comento: as pessoas devem ser livres para se exprimirem ao seu modo, para serem o que são e o que aspiram a ser, para sentirem-se bem com a forma como se exprimem, com liberdade, cujo único limite deve ser o do real prejuízo que, porventura, causem a outrem.
Se o exercício da liberdade individual é inofensivo, a forma como cada um se exprime é da conta de cada um e ninguém deve fiscalizar nem julgar o uso que o outro faz do respectivo rosto (masculino maquiado), cabelo (pintado), cu (que usa para ser sodomizado) ou corpo (prefere ser nudista).

Homem pode costurar e bordar ? Pode. Pode usar saias ? Pode. Mulher pode jogar sinuca ? Pode. Mulher pode usar calças e cabelos curtos ? Pode. Tais permissões (à guisa, apenas, de exemplos) constituem manifestações da liberdade; suponho que repugnem aos “conservadores” que, por sua vez, detém liberdade para repugnarem-se delas. Liberdade que não podem deter, é a de impor as suas prescrições e proibições aos demais, e vice-versa. Liberdade é isto: cada um na sua e todos em frente.

Não há pior do que invocar os tais “rígidos princípios éticos e morais” que, normalmente, equivalem a pretender-se plasmar o comportamento alheio ao modo de quem os invoca, de proibir a liberdade alheia e, finalmente, de impor caretices.

O público evangélico é, costumeiramente, adeso a proibições e descompreende o valor da liberdade individual: é obediente aos ditames do respectivo credo, caretas, muitos deles.

 

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