Abaixo os anglicismos. Como falar em português.

“Notebook”: em inglês significa caderno. Digamos: portátil.

“Tablet”: em inglês significa bloco de folhas. Digamos: tablêta. Tablêta.

“Streaming”: transmissão, serviço de transmissão.

“Take away”: comida para levar, comida no balcão, retirada no balcão.

“Drive-thru”, “drive-in”: serviço no carro, serviço veicular, atendimento no veículo, serviço no veículo, serviço a bordo.

“Delivery”: entrega em casa, entrega a pedido, serviço de entrega.

“Performance”: desempenho, atuação, exibiçaõ.

“Newsletter”: noticiário, informativo.

“Capture”: captar (imagem, som; não é “capturar”).

“Kit”: estojo, caixa (de primeiros-socorros, de ferramentas, de emergência), equipamento (do estudante, do vestibulando), jogo, conjunto.

“Task force”: grupo de ação, grupo de trabalho, grupo de serviço.

Comité: junta, conselho, grupo, comissão.

“Impacto”, do inglês “impact” NÃO significa “impacto” e sim: efeito, conseqüência, resultado, influência etc.

“Ranking”: lista, tabela, classificação.

Bater “récord”: bater marca, ultrapassar marca, exceder limite.

Celular (“cellulaire”): telemóvel.

“Fake news”: desinformação.

“Link”: ligação.

“Post”, postagem: publicação.

Checar: averiguar, verificar.

Testar positivo: estar infectado, estar contaminado, ter Covid, apanhar o vírus, contrair Covid.

QUE É ANGLICIZAR O PORTUGUÊS.

            É assim: o cara lê em inglês e procura “ser fiel ao estilo do autor”; imita, tanto quanto possível, palavra por palavra, o original. Em vez de escrever em português, escreve em inglês em português.

            Seja exemplo:

            “This support is significant to search for the massiv impact of the pro-actif men”.

            O cretino do tradutor pariu isto: “Este suporte é significante para pesquisar pelo impacto massivo de homens pró-ativos”.

            Agora, vertido para português: “Este apoio é significativo na procura do efeito maciço de homens diligentes”.

             No Brasil, desde lustros, muitos julgam essencial “respeitar o estilo do original” o que, na prática, resulta em imitar o inglês. Há-de respeitar-se o idioma de destino, a saber, a língua portuguesa.

            Dou de barato o ridículo do “pró-ativo” que facilmente se pode entender como passivo (claro: pró-ativo por excelência é o passivo, pois encaixam-se).

            Em tempo: é-me inconsueto apodar chamar cara a alguém; fi-lo acinte, despectivamente. (Ou: não costume tachar alguém de cara, o que aqui fiz de propósito, para depreciar).

Denominação (“denomination”): seita, religião.

Memorial (“memorial”, [mimôurial]): monumento.

Literatura (“literature”): bibliografia, os livros, o que vem nos livros.

Mixagem (“mixage”): mistura, mescla.

Show (“show”): concerto, espetáculo, apresentação.

            Em português as palavras denominação e memorial existem, com outras acepções. As de seita ou religião e monumento são os significados de “denomination” e de “mimôurial” em inglês. Por isso, usar “denominação” para designar seita ou religião, usar “memorial” para designar monumento, é falar inglês em português, é falar com estrangeirismos.

            Ninguém participa de “denominação”: participa de seita ou de religião. Não se construiu “memorial” por memória dos heróis da pátria: edificou-se monumento.

            Literatura significa o acervo literário, de ficções, isto é, romances, novelas, contos, crônicas. Em inglês abarca o quanto de técnico ou científico se escreveu sobre dado tema, como literatura médica, literatura sobre artrose. Em português: bibliografia médica, bibliografia sobre artrose.

            “Show” não é exclusivamente concerto de música ao vivo, música juvenil, música que se apresenta em palcos; é qualquer exibição musical, seja cantada ao vivo, seja de orquestras.

            Em filme produzido no México e dobrado para português no Brasil, “concierto”, aplicado a exibição musical ao vivo, foi vertido como “show”; “mescla”, aplicado a mistura na produção musicla, foi vertido como “mixagem”. Em espanhol, usou-se espanhol, mas a versão brasileira usou inglês, em lugar de usar português !            

Em Roma, como os romanos, porém no Brasil perdura atitude colonialista nos profissionais da palavra: no Brasil, como nos EUA. Oh, gozo !

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