Cristo não existiu; é mito solar, personagem fictício em que se efabulou o Sol, deus cultuado na antigüidade. Inexiste qualquer comprovação histórica da sua realidade, fora dos evangelhos que, por sua vez, não constituem livros de história, porém recolhas de narrativas populares. Inúmeras particularidades da suposta biografia de Cristo coincidem com a de deuses de vários povos da antigüidade: os autores do mito de Cristo imitaram-nas. Cristo é plágio.
FILME. Assista ao filme Zeitgeist (a parte relativa ao mito de Cristo acha-se do décimo sexto minuto ao quadragésimo segundo).
http://www.youtube.com/watch?v=5R_Vm2wCQj4
TEXTO. Leia a análise areligiosa da lenda de Cristo.
http://ateus.net/artigos/critica/jesus-cristo-nunca-existiu/
LIVROS. “O enigma de Jesus”, de V. Messori; “Christo nunca existiu”, de E. Bossi, de que há edição atual em espanhol, “Jesucristo nunca ha existido”, adquirível pela Iber Libro.com ; Resumo da origem de todos os cultos, de Carlos Francisco Dupuis (Lisboa, 1913); Nova Vida de Jesus, de David Frederico Strauss (Porto, 1907); Jesús é um mito, de J. Brandes (Rio de Janeiro); Sciencia e Religião, de Malvert (Lisboa, 1903); A loucura de Jesus, de Alfredo Binet-Sanglé (Lisboa, 1910); Vida de Jesus, de Ernesto Renan (Brasil, 1995); Hipóteses sobre Jesus, de Vitório Messori (São Paulo, 1980); Tratado de ateologia, Miguel (Michel) Onfray (São Paulo, 2009); As lendas cristãs, de Teófilo Braga (Lisboa, 2000); Sistema dos mitos religiosos, de Oliveira Martins; Deus e os homens, de Voltaire.
SARAMAGO. O que José Saramago pensava de deus e da Bíblia.
http://www.youtube.com/watch?v=QuHARSJW9Ys
QUEM ERAM OS PAIS DOS NETOS DE ADÃO E EVA ?
Os pais dos netos de Adão e Eva eram:
1- os filhos de Adão e Eva, ou seja, irmãos entre si.
2- algum filho ou mais de um, com a sua mãe Eva, ou seja, mãe com filho,
3- alguma filha ou mais de uma, com o seu pai Adão, ou seja, pai com filha.
Se só havia Adão e Eva,Caim e Abel, e Caim matou Abel, remanesceram dois homens e uma mulher. Havia outros filhos e filhas, anônimos.
Em qualquer caso, a humanidade bíblica proveio de incesto. Incesto; deus quis o incesto: ele estava nos planos divinos. Aliás, o Paraíso era campo de nudismo: deus quis a nudez, ela estava nos planos divinos.
Ainda que se trate de historinha fictícia, ela lá está, no depósito da fé, no livro sagrado; se não é fictícia, como é que se explicará para uma criança que irmão transou com irmão ou pai com filha ou mãe com filho ?
A óbvia origem incestuosa da humanidade bíblica é cuidadosamente ocultada por todas as igrejas. Por quê? Não deveria ser exposta, para se esclarecer aos fiéis o conteúdo da revelação ? Ou só se lhe transmite o que convém ?
Adão, com a sua primeira ereção. Gravura anônima, vitoriana.
NATAL SEM RELIGIÃO
26.12.2014.
Natal significa “do nascimento”. O dia 25.12 foi adotado pela igreja católica em 354 como natalício de Cristo, que não existiu e, se sim, ignora-se quando nasceu. Era a data da celebração romana do Sol, no dia do solstício de inverno (início do inverno que, na verdade, principia no dia 22 de dezembro). No seu empenho proselitista, a igreja instituiu a comemoração natalícia de Cristo no dia da festividade politeica para, da coincidência, atrair público para si e obter conversões.
Hoje, já poucos cristãos recordam-se de que em 25 de dezembro comemora-se um aniversário:o natal secularizou-se e nenhuma falta faz recordar-se do suposto salvador da humanidade.
Porque Adão e Eva cometeram o pecado da desobediência, deus zangou-se; séculos depois, teve um filho com uma mulher, que morreu para expia-lo; graças à sua morte, deus apaziguou-se. Nesta história tudo é absurdo: dois indivíduos desobedeceram ao criador; a desobediência consistiu em comerem um fruto (que não foi maçã); o criador, ofendidíssimo, teve um filho carnal (assim como os deuses romanos também os tinham), cuja morte serviu para serenar o seu pai e salvar a descendência de Adão e Eva.
Que dizer de um pai que se satisfaz com a morte do seu filho? Que dizer de um deus, cuja morte do seu filho serve para salvar a descendência dos patriarcas da humanidade? Que pensar de culpa hereditária, de imputar aos filhos, netos, bisnetos etc., o estigma da falta dos seus maiores?
Toda esta teologia é profundamente estúpida e é verdadeiramente chocante que a igreja a ensine e que os cristãos creiam nela. Ainda crêem nisto?
Inexiste qualquer prova da realidade histórica de Cristo; os evangelhos não são livros de história, não são narrativas biográficas. Cristo não existiu nem a sua moral é a melhor nem a única. Ele e a sua mensagem não são sublimes nem indispensáveis para a moralidade, para a existência dos valores, para a defesa da moral, dos bons costumes e do futuro das nossas crianças (linguajar dos crentes).
O cristianismo oculta a falsidade da efeméride, o que representa desonestidade; a igreja engana os seus fiéis, o que é anti-ético.
Há a figura do Papai Noel. Ele não existe, nunca existiu; jamais houve um velhote gordo, vestido de vermelho, de saco à maõ, que traz presentes. Por que papai, por que pai? Pai de quem? No Brasil, o seu nome é estrangeirismo puro: “Noel” significa natal, em francês. Usamos um galicismo dispensável. Melhor fazem os portugueses que, corretamente, em bom português, dizem Pai Natal. É o vício dos brasileiros de estrangeirarem o idioma a pretexto de enriquecê-lo. O Português é vastíssimo no seu vocabulário e nos seus recursos; empregar estrangeirismos denota complexo de inferioridade perante o estrangeiro e ou ignorância do vernáculo.
Também é falsa a representação de Cristo crucificado: os romanos não pregavam as palmas das mãos de ninguém; amarravam os braços na parte de trás da trave. Expunham o condenado nu em pelo, de pênis à vista. Mas o cristianismo, por desconhecimento, passou a representá-lo pregado nas mãos (primeira mentira artística) e com a genitália encoberta (segunda mentira artística).
O velamento do pênis alinha-se com a pudibundaria, doutrina cristã por excelência, segundo a qual há, no corpo (criado por deus) partes indecentes. Assim, parte da obra divina é indecente; deus criou orgãos inapresentáveis, mesmo no caso do deus-homem-salvador. É surpreendente que os cristãos vexem-se de parte da obra do criador, o que constitui forma de julgá-la e de censurá-la: fez objetos vergonhosos; logo, em relação a eles, ao menos, a sua obra é imperfeita.
A representação, pictórica e escultural, de Cristo de tanga incute, mesmo sem doutrinação, a mentalidade de que é indecente expor a nudez, ao menos a da genitália, o que não faz sentido: todo o corpo é decente, não há partes apresentáveis e partes obscenas. Mas o cristianismo ensina que, ao contrário, as mamas e o pinto são indecentes. Ele é muito careta e esquisito, além de que tal juízo resultou de sincretismo: ele o adotou dos antigos persas, não cristãos e, portanto, ateus em relação ao seu deus.
Atualmente, raros comemoram o alegado nascimento de Cristo, mas abundante gente reúne-se então. O natal secularizou-se, dissociou-se da sua origem religiosa e tornou-se reunião de família, gastronômica, amistosa e material (presentes). Há anos perdeu a nota de festa aniversária; tornou-se festa da família. O dia 25.12 é a festa da família.
Assim como os cristãos apropriaram-se da festa politeica, cuja data conservaram, embora lhe alterassem o conteúdo, assim a sociedade mantém a data e, à exemplo do que os cristãos fizeram, transformou-a no seu conteúdo.
Duas moralizações são desejáveis: menos comida e menos presentes. O natal tornou-se, em muitas casas, noite de excessos glutões e de materialismo. Se queremos nos reunir, prazerosamente, com a nossa família, não necessitamos de ceias lautas e de presentes nem muitos nem caros, quiçá hipócritas, que as pessoas acumulam, ano após ano, possivelmente sem gosto nem serventia (como os de aniversário).
Décadas atrás, os cristãos assistiam à missa do galo, da meia-noite à uma hora; ceavam cerca de uma e meia; distribuíam-se os presentes; regressavam às suas casas cerca de duas e meia, empanzinados, quiçá um tanto porrados, o que provocava insônias em muitos (é desconfortável empachar-se antes de recolher-se para o sono).
Tudo serôdio demais, para adultos e crianças. Por que tão tarde? Era sacrifício que se sofria em nome da fé, por religião. Ninguém janta à uma hora da manhã, porém na religião, jantava-se, uma vez por ano. As religiões suscitam costumes estranhos, como este.
Hoje, os natais fazem-se em horários normais (oito ou nove da noite; dez e onze da noite já é tarde). É melhor assim.
Muitos propagandeiam o natal como tempo de fraternidade. É louvável acentuar-se o sentimento de fraternidade e dedicar-se um dia ao seu suposto exercício; é construtivo exortar-se as pessoas a desvalorizarem as suas zangas e discórdias em favor do engrazamento. Por outro lado, é como se o dia 25 representasse uma exceção fraternal em 354 dias sem fraternidade. O “espírito de natal” deve entranhar-se como dado da cultura, como parte do ethos das pessoas. Não deve limitar-se à família, porém estender-se, também, aos estranhos.
Há uma mensagem aproveitável secularmente no natal: mantenha-se a data, por força do hábito e por amor à continuidade histórica. Esqueça-se, definitivamente, a mentira do nascimento de quem não nasceu em 25.12; lembre-se de Cristo quem assim o entender; reúnam-se as famílias com moderação gastronômica e material; reduza-se o costume de presentear; insista-se no sentimento de fraternidade como inspiração afetiva que leve a cada um a relacionar-se melhor com as pessoas em geral, ao longo de todo o ano.
É improvável que se lhe altere a designação, de natal para festa da família. A força do hábito, a rotina tendem a manter o nome tradicional. Contudo, por verdade, é bem-vindo que se substitua o nome falso (natal como celebração do nascimento de quem não nasceu em 25.XII) pelo verdadeiro, de festa da família. Ao invés de dizermos “Passarei o natal com os meus pais”, digamos “Passarei a festa da família com os meus pais”. De começo, as pessoas estranharão, porém todos compreenderão e logo habituar-se-ão à novidade, aliás facilmente compreensível, verdadeira e, por isto, duplamente aceitável.
Emprego o étimo religião como sinônimo de teologia, de que preconizo a erradicação. Em senso etimológico, religião significa religação, engrazamento, sentido em que a festa da família é religiosa, pois o promove. A festa da família é religiosa se se considerar a palavra religião etimologicamente e não como sinônimo de teológica (cristã, católica ou protestante).