Índios, escravidão, racismo, extremismos.

ÍNDIOS, ESCRAVIDÃO, RACISMO, EXTREMISMOS.

                                                           Arthur Virmond de Lacerda Neto. Agosto de 2020.


            Os índios guerreavam-se entre si, o que foi causa da diminuição de sua população antes de os europeus chegarem ao que veio a ser o Brasil. Não conheciam a idéia de pacifismo nem de resolução pacífica de conflitos nem de direito das gentes. Muitas tribos atacavam os portugueses e os matavam: eis porque muitas capitanias malograram. Outras tribos coligaram-se com os franceses contra os portugueses. Outras praticavam o sacrifício ritual de inimigos, que canibalizavam. O bom selvagem é mito.
            Se muitas doenças foram trazidas pelos brancos para os índios, é porque aqueles estavam contaminados e vinham doentes. Ninguém trazia uma doença ou colônia de bactérias ou vírus em cápsulas e os disseminava nas tribos intencionalmente.             Reciprocamente, os índios contaminaram os brancos com sífilis, bouba, parasitas intestinais, que provocaram epidemias na Europa. Também criaram o cigarro e o tabagismo.

            A escravidão negra foi criada por africanos, na África. Africanos escravizavam africanos e os vendiam para quem os quisesse comprar, seis ou oito séculos antes de os europeus chegarem à África. Não se culpe a Europa nem os brancos por haverem mantido a escravidão: reconheça-se a parcela de responsabilidade dos pretos africanos que, além de escravistas, não foram abolicionistas. Abolicionistas foram os brancos europeus.
        A idéia de superioridade racial é européia, como também na Europa desacreditou-se tal idéia; a Europa criou as idéias de anti-racismo, de condenação da discriminação por cor, de fraternidade, igualdade, justiça. O Brasil herdou dos portugueses a idéia de miscigenação de raças e cores; não por acaso, diz-se que eles inventaram a mulata (e o mulato).

            Há movimento afirmador da existência de racismo no Brasil, em que se exageram e exploram-se ao máximo os episódios tendentes a “confirmar” o tal racismo, por insulados e anedóticos que sejam, modo de formação de convencimento coletivo desonesto, pois cria impressões artificiais. O mesmo tipo de propaganda exagerada e desproporcional começa a haver em Portugal. Dizer que o brasileiro é racista, sem mais, é exagerado. Culpar a Europa, sem mais, é injusto.

            Tachar de “racista”, sem mais, quem o não é, é extremismo. Há extremistas nos movimentos sociais, seja no feminismo, seja no anti-racismo, movimentos de boa inspiração, cujo radicalismo torna-os acusadores e injustos. Para eles, estas considerações são racistas, porque não são anti-brancas nem anti-européias, porque afirmam a responsabilidade dos africanos como criadores da escravidão negra e o mérito dos brancos europeus como criadores do abolicionismo e da idéia de fraternidade entre povos e cores.

            Certos movimentos sociais procedem virulentamente: acusam a Europa e os brancos, ao ponto de haverem incutido nos europeus sentimento de culpa e até de vergonha de sua cultura e sua história, como se só houvessem produzido males. Nem a Europa nem os brancos nem os ocidentais devem se envergonhar de sua condição: devem fazer gala do muito de cultura, arte, literatura, filosofia, indústria, ciência, tecnologia e beleza ímpares que acumularam ao longo da história. A Europa, seu legado, seu passado, sua cultura, representam valores positivos na Humanidade.

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