AS APORRINHANTES PERGUNTAS “SOCIAIS”.
Ingleses, brasileiros, portugueses, norte-americanos têm a mania de cumprimentar com perguntas:
— How do you do ?
— How do you going ?
— Como vai ?
— Como está ? Passou bem ?
— Tudo bem ?
Nos quatro casos, o intuito suposto dessas perguntas é o de manifestar interesse pela pessoa, que de facto raramente existe: maioritariamente, são perguntas convencionais, que se faz “por educação”, hipocritamente.
No Brasil, é verdadeira praga a mania do “Tudo bem ?”, que já aboliu os ótimos bons-dias, boas-tardes, boas-noites, oi, olá. Agora, estão a reusar “Como vai ?”, usual há anos.
Por que cumprimentar com perguntas e perguntas falsas, retóricas ? É chato, maçante, importuno e insincero. Podemos ser simpáticos e gentis sem sermos fingidos ; podemos cumprimentar sem perguntações chatas.
Chatíssimo é o caixa que, para todos os fregueses indaga “Como está o dia ? Tudo bem ?” ; mal olha na cara o freguês nem quer resposta nem a espera, porém pergunta. Eis amostra do grau de artificialismo dessas interrogações bobas.
Outra: em mensagens eletrônicas, alguns, pretendidamente polidos, escrevem: “Boa tarde, fulano. Como vai ?”, “Arthur tudo bem ?”. É mais do mesmo artificialismo bobo.