Esquisitices da “academia”.

“REFERÊNCIAS” ?   “FOI FEITO”, “CONCLUIU-SE”.

Por que em textos acadêmicos, chamam-se referências às fontes ?

 A lista é de fontes, de livros, artigos etc. de que o autor lançou mão, que consultou, de onde extraiu informações, reflexões, conhecimentos que usou. Por que referências ? Não são referências : são fontes.

   Outra bobagem da “academia” : redigir-se no impessoal:

foi feito,

pesquisou-se,

encontrou-se,

concluiu-se,

chega-se à conclusão.

  Alguém fez, pesquisou, encontrou, concluiu, leu ; as ações do autor são do autor. É normal e verdadeiro que se use a primeira pessoa do singular : li, fiz, conclui, para o autor dizer que leu, fez, concluiu.

    É toleima julgar que com a forma impessoal exprimimos a neutralidade da ciência, sua impessoalidade e objetividade ; isto é balela, é superstição : a neutralidade, a objetividade estão na atitude do pesquisador, não na ocultação do sujeito gramatical ou em sua supressão. É forma de sonegar informação ao leitor dizer “encontrou-se”, “descobriu-se” – quem encontrou, quem descobriu ?

     Vamos largar mão desta superstição e começar a escrever na primeira pessoa.

     Ademais, texto assim é feio, é de mau gosto. Não se me alegue que na academia deve assim e que o texto científico tem estilo próprio — na academia não deve ser assim e quem pode ter estilo próprio é o autor.

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