“OLAVETTE”. OLAVINHO.
Arthur Virmond de Lacerda Neto. Outubro de 2017.
Existe a palavra “olavette” (discípulo do escritor Olavo de Carvalho), grafada com duplo “t”, forma “oficial” do vocábulo, presente, por exemplo, no título da página do Facebook , “Olavettes”.
A desinência “ette” é própria do francês e indica diminutivo feminino: “garçon”, “garçonette”.
Etimologicamente: olavette = olavinhA.
Assim, “olavette” é galicismo feio e desnecessário. A rigor, “olavette” = olavinhA.
Em bom português: olavinho.
Talvez a palavra se origine da aglutinação de Olavo com tiete, em que se lhe duplicou a consoante “t” (Tiete, antigo hipocorístico de uma admiradora de Ney Matogrosso e que se trivializou como sinônimo, coloquial, de admirador entusiasta de algum cantor ou celebridade.). Assim, olavete = Olavo + tiete. Se a etimologia for esta, não se compreende o porquê da duplicação da letra “t”. Bastaria escrever-se olavete.
O vocábulo, todavia, redige-se com duplo “t”, o que o caracteriza como galicismo brasileiro, pelo que é, de todo, preferível a forma olavinho. Se se cuidasse de brasileirismo (Olavo + tiete) seria, de todo, admissível a forma (praticada por muitos, aliás) olavete (com um só “t”).
A putativa origem afrancesada torna olavette equipolente de olavinho e galicismo desnecessário; a forma olavete torná-la-ia brasileirismo, livre da pecha de galicismo (se proviesse da aglutinação que expus).
Alguém concebeu a má idéia de criar galicismo desnecessário, que afeia o vernáculo e me parece ridículo, lingüisticamente (abstenho-me de ajuizar da adesão às idéias do escritor epônimo e de os seus seqüazes intiularem-se com o neologismo em causa).
Também há olavismo (na locução “olavismo cultural”), que subentende o substantivo olavista.