A chatice do “Tudo bem ?”.

— Oi, tudo bem ?

— Tudo bem.

Sobretudo no comércio, ouvimos este diálogo dezenas, centenas de vezes por dia. Ele é mecânico, repetitivo, artificial; dizem-no “por educação”; não é sincero: quem pergunta não quer saber se está tudo bem com o interlocutor, que responde “Tudo bem” ainda que não o esteja. Há falsidade de um lado e do outro; este diálogo é meramente pró-forma, é “por educação” com falsidade. É chato.

Por que devemos esperar que esteja tudo bem sempre, com todos, o tempo todo ? A vida não é assim. Quem indaga “Tudo bem ?” não está a desejar que esteja tudo bem, pois desejos exprimem-se com afirmações, não com perguntas; por exemplo: “Fique bem”, “Tudo de bom”.

A pergunta, aí, não é a sério, não é para ser respondida com verdade e sim com o padronizado “Tudo.” ou “Tudo bem.”.

Também é enfadonho:

— Beleza ?

“Beleza” é adjetivo; funciona, neste caso, como saudação estranha, a que se responde:

— Beleza.

Nem na pergunta nem a resposta a palavra têm valor de adjetivo e sim valor vago e indeterminado de que as coisas vão bem, de que a pessoa esteja bem. É forma tosca, rasca, pirosa, cafona, de cumprimentar.

Muito melhor é o tradicional “Bons-dias”, “Boas-tardes”, “Boas-noites”, “Olá”, “Oi”.1 comentárioGostoComentarPartilhar

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