DEVE-SE SEGUIR A GRAMÁTICA NA FALA.

DEVE-SE SEGUIR A GRAMÁTICA NA FALA.

Deve-se, devemos, devo, devem, deveis seguir a gramática nas comunicações orais, na fala. A gramática é normativa e não normativa-apenas-na-escrita; a fala não é campo acima ou excluído da gramática. Pensar que o é, é típico de brasileiros, é cacoete mental brasileiro, que justifica os erros e, ao fim e ao cabo, coonesta o estado de inferioridade cultural e intelectual em que estão certas classes.

A gramática deve ser aplicada também oralmente, pois a maior parte das comunicações se faz oralmente e não por escrito; ela é valioso instrumento que propicia rigor e qualidade nas nossas comunicações.

Em Portugal (sim: menciono como exemplo Portugal, para horror dos bagnistas) quase toda a gente fala bem, desde o rico até o pobre (há raros pobres); até as crianças falam exemplarmente e melhor do que a maioria dos adultos no Brasil*. Lá, inexiste o critério de que “na fala dispensa-se a gramática”. Esta é idéia tola, muito tola, de que os brasileiros têm de emancipar-se. Ela é prisão mental, é escravidão lingüística, é preconceito.

O Português é rico, belo, exato e permite-nos beleza, exatidão e propriedade na fala de quem o sabe bem e bem o usa.

* Ultimamente, nota-se algum desleixo entre jovens portugueses e a presença de erros e vícios provenientes de influência brasileira. O reles “a gente”, repetido 2,3,4, vezes na frase; dica; verbo achar, são brasileirismos instalados em Portugal. E parece-me que quem os usa, repete-os insistentemente, como que para assinalar seu abrasileiramento.

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