PRONOMES LHE, LHO, LHA, ME, MO, MA, TE, TA, TO, VO-LO, VO-LA.

PRONOMES LHE, LHO, LHA, ME, MO, MA, TE, TA, TO, VO-LO, VO-LA.

João é meu amigo. >> João é-me amigo.
Dei de presente a caixa para ela. >> Dei-lhe de presente a caixa. >> Dei-lhe ela de presente. >> Dei-LHA de presente.
Comprou o livro do seu amigo ? >> Comprou-o do seu amigo ? >> Comprou-LHO ?
Trouxemos para você isto. >> Trouxemos-lhe isto. >> Trouxemo-LHO.
“Lho”, ‘Lha” existem. Também “mo”, “ma”,”to”, “ta”, “vo-lo”, “vo-la”:
Dê-me a caixa. >> Dê-MA.
Fulano entregou-me o lápis. >> Fulano entregou-MO.
Venderam-te os carros. >> Venderam-TOS.
Recomendo para vocês este livro. >> Recomendo-vos este livro. >> Recomendo-VO-LO.
Estas contrações existem na língua portuguesa do BRASIL; não são lusitanismos. Elas constam nas gramáticas de qualidade. Elas deveriam ser ensinadas para TODOS os brasileiros. Em Portugal, até as crianças sabem-nas; aqui, sequer os adultos sabem-nas.
Estas contrações existem e são usáveis, corretas e elegantes. Elas são econômicas: evitam palavras a mais e exprimem o conteúdo com menos. Não são recursos “acadêmicos” nem “eruditos” nem “preciosismos” nem lusitanismos (se lho disseram, saiba que quem lho disse é ignorante); são recursos que lhe facilitam a comunicação e que você pode usar, orgulhosamente.
O teu professor deveria ter-tas ensinado; se não tas ensinou, a tua escola falhou e o teu professor não te elevou aos recursos disponíveis do teu idioma. Se te convenceram de que “português é difícil”, mentiram-te e tu acreditaste na mentira.

VÍCIO DE “A QUAL”.
“Curitiba é a cidade a qual moro” = “Curitiba é a cidade que moro”. Ninguém “mora uma cidade”; mora-se EM uma cidade. Curitiba é a cidade EM QUE moro.

” Ela é a mulher a qual me casei” = “Ela é a mulher que me casei”. Ninguém se casa uma mulher; casa-se COM uma mulher. Ela é a mulher COM quem me casei.

“Tinha uma tarefa a qual me esqueci” = “Tinha uma tarefa que me esqueci”. Ninguém se esquece uma tarefa; esquece-se DE uma tarefa. Tinha uma tarefa DE que me esqueci.

Nos exemplos acima, a locução “a qual” substituiu errada e indevidamente as preposições EM, COM, DE. Sabe mal quem não sabe as preposições; sabe bem quem as conhece e as usa.
Português não é difícil; se te convenceram de que o é, mentiram-te e tu te deixaste enganar.

Português é fácil, inteligente, lógico elegante. O que é ininteligente, ilógico e feio, é usar vícios.

É correto: “A turma à qual pertenço é a B”. ”

 

VERBO ROUBAR, NOVO LUGAR-COMUM.

O verbo “roubar” tem sentido próprio, de apoderar-se alguém de coisa alheia. O ladrão rouba.
Ultimamente, vulgarizou-se o uso deste verbo metaforicamente, como em: “Roubaram-me a infância”; “A violência rouba a alegria das crianças”.
A torto e a direito, jornalistas e não só usam-no para exprimir que algo subtraiu, eliminou, mitigou, algum valor, estado, condição. A violência, o perigo, o aquecimento da Terra roubaram, aliás, “roubaram” a infância, a alegria, o futuro, a esperança.
Não há mal no uso de metáforas. O seu abuso, no entanto, enfara, perde a graça. Além disto, é IMPERIOSO o uso de aspas: “Segundo Greta, “roubaram-lhe” a infância.”

Metáforas como esta causam efeito estético ao serem usadas pelas primeiras vezes; se se trivializam, ninguém mais atenta nelas, como é o caso, com o prejuízo de que se atribui novo e impróprio sentido à palavra. Evite “roubar” neste mau sentido.

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