PRONOMES LHE, LHO, LHA, ME, MO, MA, TE, TA, TO, VO-LO, VO-LA.
VÍCIO DE “A QUAL”.
“Curitiba é a cidade a qual moro” = “Curitiba é a cidade que moro”. Ninguém “mora uma cidade”; mora-se EM uma cidade. Curitiba é a cidade EM QUE moro.
” Ela é a mulher a qual me casei” = “Ela é a mulher que me casei”. Ninguém se casa uma mulher; casa-se COM uma mulher. Ela é a mulher COM quem me casei.
“Tinha uma tarefa a qual me esqueci” = “Tinha uma tarefa que me esqueci”. Ninguém se esquece uma tarefa; esquece-se DE uma tarefa. Tinha uma tarefa DE que me esqueci.
Nos exemplos acima, a locução “a qual” substituiu errada e indevidamente as preposições EM, COM, DE. Sabe mal quem não sabe as preposições; sabe bem quem as conhece e as usa.
Português não é difícil; se te convenceram de que o é, mentiram-te e tu te deixaste enganar.
Português é fácil, inteligente, lógico elegante. O que é ininteligente, ilógico e feio, é usar vícios.
É correto: “A turma à qual pertenço é a B”. ”
VERBO ROUBAR, NOVO LUGAR-COMUM.
O verbo “roubar” tem sentido próprio, de apoderar-se alguém de coisa alheia. O ladrão rouba.
Ultimamente, vulgarizou-se o uso deste verbo metaforicamente, como em: “Roubaram-me a infância”; “A violência rouba a alegria das crianças”.
A torto e a direito, jornalistas e não só usam-no para exprimir que algo subtraiu, eliminou, mitigou, algum valor, estado, condição. A violência, o perigo, o aquecimento da Terra roubaram, aliás, “roubaram” a infância, a alegria, o futuro, a esperança.
Não há mal no uso de metáforas. O seu abuso, no entanto, enfara, perde a graça. Além disto, é IMPERIOSO o uso de aspas: “Segundo Greta, “roubaram-lhe” a infância.”
Metáforas como esta causam efeito estético ao serem usadas pelas primeiras vezes; se se trivializam, ninguém mais atenta nelas, como é o caso, com o prejuízo de que se atribui novo e impróprio sentido à palavra. Evite “roubar” neste mau sentido.