Miguel Ângelo e não “Michelangelo”.

MIGUEL ÂNGELO e não “Michelangelo”.
A forma correta, em português, é , há séculos: Miguel Ângelo. “Michelangelo” (“michelangélo”) é forma espúria, introduzida indevidamente pelos maus tradutores de livros do inglês, que se limitam a imitar, a macaquear o que leem e não sabem ou não querem traduzir. Ainda que em italiano se grafe Michelangelo, estamos no Brasil, em que traduzimos Louis XVI para Luís XVI; Aristóteles, do grego, para o vernáculo; Yoshua para Jesus. A tradição dos países ocidentais é ou era, há séculos, de traduzirem-se os prenomes; é recente a idéia, questionável, de que se deve usar a forma do registro da pessoa. Pode-se, como sempre se pode, traduzir os prenomes.

Luís Beethoven.
Carlos Marx.
Frederico Engels.
Luís Althusser.
João Kennedy.
Donaldo Trump.
Ronaldo Reagan.
Margarida Tatcher.
João Paulo Sartre.Katherine (Catarina), duquesa de York (Iorque).
Wilhem (Guilherme) Tell.
Príncipe Carlos.
Rainha Isabel (Elizabeth).
Diana (pronuncie “diâna”, que, em inglês, diz-se “dáiâna”).
Napoleão.
César.
Jesus.
Bento XVI.
Platão.
Aristóteles.
Carlos Magno.
Maiamônides.
Averróis.
Erasmo de Roterdão.
Joana do Arco.

São formas naturais, compreensíveis e bonitas. Prefere ser “conservador” da inovação ? Pode usar assim, por exemplo:

Carl (Karl) Marx.

Ronaldo (Ronald) Reagan.

João Paulo (Jean Paul) Sartre.

Não se “deve” ser o mais fiel possível ao endômino (nome original). Não estamos corrigindo o “erro” de usar exônimos (nomes traduzidos). Não é errado empregarem-se exônimos; não é por acaso que eles existem.

Escrevemos Napoleon, Yoshua, Carolus Magnus ou Napoleão, Jesus, Carlos Magno ? Aristóteles como se escreveria, o mais fielmente possível ? Com caracteres gregos, certamente. Como se escreveria Mafamade (erradamente chamado de Maomé e de Mohamed) ? Com caracteres árabes, certamente. Virgílio escreveria “uirgilius”; Ovídio escreveria “ouidius” (com pronúncia vulgar ou eclesiástica ?). Em todos estes casos, ter-se-ia de ensinar às crianças e aos adultos como pronunciar, com a máxima fidelidade, em alemão, russo, grego, latim, árabe, o que somente redundaria em muita cacofonia, pedantismo e até ridículo.
Por outro lado, empregarem-se os exantropônimos e exotopônimos e natural.

Exantropônimos: prenomes traduzidos.

Exotopônimos: nomes de cidades traduzidos (Munique e não “München”; Londres e não “London”; Bordéus e não “Bordeaux”; Nova Iorque e não “New Iork”; Bayonne em lugar de Baiona).

É mais difícil desfazer um preconceito do que um átomo, disse Alberto Einstein, ou certas idéias instaladas, porém lá se chega.

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