Os estrangeirismos empobrecem o idioma.

OS ESTRANGEIRISMOS EMPOBRECEM O IDIOMA.
Chamam-se de estrangeirismos ou perigrinismos as palavras ou locuções de origem estrangeira que circulam em dado idioma. Os de origem no francês chamam-se de galicismos; os de origem no inglês, de anglicismos.
Sua característica é a de que, geralmente, o advento dos estrangeirismos EMPOBRECE o idioma. Ao contrário do que muitos pensam (que eles o enriquecem, por serem mais palavras), a experiência histórica é a de que cada novo estrangeirismo provoca a eliminação de um, dois, três e mais palavras vernaculares. Assim, se antes havia uma, duas, três e mais palavras do português, de português legítimo, genuíno, puro, passa a haver uma só palavra, estrangeirada.
NENHUM, disse NENHUM estrangeirismo é insubstituível por vernacularismos. Basta criar equivalentes ou, na pior das hipóteses, traduzi-los.

Abaixo, digo-vos alguns estrangeirismos, com as respectivas origens e os correlatos equivalentes vernaculares. Atentai em que muitos de vós usais os estrangeirismos e ignorais os equivalentes genuínos. Vós podeis usar os estrangeirismos, que poluem nosso idioma, como também podeis tornar vossas comunicações elegantes, bonitas, puras, com os vernacularismos.

detalhe, do francês “détail” – PORMENOR, MINÚCIA, MINUDÊNCIA.
constatar, do francês “constater” – AVERIGUAR, CERTIFICAR-SE DE, APURAR, CONFIRMAR.
isolar, do francês “isoler” – INSULAR.
a partir de, do francês “a partir” – A CONTAR DE, DE ENTÃO POR DIANTE, DE ENTÃO A ESTA PARTE, DISTO PARA A FRENTE, DE LÁ PARA CÁ.
a partir de, no sentido (erradíssimo) de “gravura feita a partir de fotografia” – COM BASE EM, BASEADA EM, IMITANTE.
todo o mundo, do francês “tout le monde” – TODA A GENTE.
reprise, conjugação do francês “reprendre” – REPETIÇÃO.
acessar, do inglês “to acces” – TER ACESSO A, ACEDER A.
pôster, do inglês “poster” – CARTAZ.
show, do inglês “show” – ESPETÁCULO, CONCERTO, APRESENTAÇÃO.
(Antes de que me venham com frioleiras, concerto não é apenas de filarmônicas,’tá ? Também é de música ao ar livre para jovens, ‘tá ? [Isto de ‘tá? é de amargar]).
fôlder, do inglês “folder” – PROSPECTO.

gol, do inglês “goal” – BALIZA, ARCO (objeto); PONTO, TENTO (a pela que adentra a baliza).

Oh ! Sabeis as porcarias dos estrangeirismos e ignorais as pérolas de nosso idioma ! Há algo errado.

Useis as formas genuínas, puras; eviteis estrangeirismos. Quando o fizerdes, sereis notados pela diferença de vossa elocução, por sua elegância e distinção. Repararão em vós, positivamente. Useis as formas puras, orgulhosamente. Orgulhai-vos de vosso e nosso excelente idioma.

O FATO DE.
Em inglês, diz-se “the fact of” (“o fato de”). Alguns leitores de inglês põem-se a macaquear o que leem e pariram horrorosas expressões como “isto ocorreu pelo fato de que choveu”, “Haja vista o fato de ser domingo”.
Em português que preste, dizemos: “Isto ocorreu porque choveu”, “Haja vista ser domingo”.
Usar o tal de “o fato de” é inútil, prolixo e de mau gosto.

ALGO. ALGUÉM.
“A leitura é algo bom, mas usar estrangeirismos é algo ruim.”
Que diabos faz aí “algo” ? Sem ele: “A leitura é boa mas usar estrangeirismos é ruim”.
“Carlos Marx era alguém inteligente e Luís Beethoven era alguém que tocava música”. Melhor, com bom gosto: “Carlos Marx era inteligente e Luís Beethoven tocava música”.

Gostaste ? Aprendeste ? Sentiste-te orgulhoso de teu idioma ? Tende sensibilidade social, cumpre dever de cidadania: compartilha.

 

 

Esse post foi publicado em Estrangeirismos., Vício de linguagem, Vernáculo.. Bookmark o link permanente.

Deixe um comentário